
Vinte árvores, todas nativas da Mata Atlântica, sendo um quarteto de acerolas, quatro aroeiras, um trio de pitangueiras, três caramboleiras, um par de ipês-rosas, um pé de cássia amarela, um angiqueiro, outro de sibipiruna e um simbólico-pau-brasil. Estas foram as mudas plantadas, na terça-feira (3), pela Secretaria da Cidade Sustentável e Inovação (Secis), na Praça Flora, localizada na Rua Guillard Muniz, no bairro da Pituba. A ação contou com o apoio de dez crianças sob os cuidados da Clínica Ciranda, que atua com estimulação e desenvolvimento infanto-juvenil, por meio de terapias ministradas para crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA).

A ação contou com a presença de meninos e meninas com idades entre seis e doze anos. “Esta é uma ação que transforma o plantio em uma atividade terapêutica, onde as crianças mexem na terra, na água e com a própria planta. É uma maneira, segundo os especialistas, de fazer com que esses meninos e meninas superem seus desafios individuais e coletivos. Para nós, é um grande prazer agir em conjunto com essas instituições. E o resultado positivo nos induz a continuar com ações desse tipo com frequência”, avisa o secretário André Fraga, titular da Secis.

Crianças com Transtorno do Espectro Autista, em linha geral, apresentam comportamentos como déficit na comunicação e na interação social, além de comportamentos repetitivos e interesses restritos. A atividade, realizada de forma lúdica, visa integrar as crianças em ações conjuntas e aproximá-las ainda mais da natureza. Dessa forma, o plantio é utilizado para embelezar e dar vida ao local, mas, sobretudo, como atividade terapêutica. Passada a primeira etapa, caberá ao centro de saúde a manutenção dessas árvores como ação regular para os pequenos, pois, muito além da questão pedagógica e medicinal, a atividade influi diretamente no desenvolvimento pessoal da criança autista.
“Antes da atividade, as crianças tiveram contato com vídeos sobre o manuseio com a terra. Eles estão cientes de que, a partir de agora, terão que cuidar das plantas, regando, cercando e guardando o local. Convocamos ainda os pais a participarem desses cuidados nos fins de semana, ajudando a enriquecer a atividade. Trata-se de uma ação que envolverá uma série de pessoas. Então, além de toda a parte sensorial, eles ainda terão essa questão da responsabilidade, do cuidar, que será trabalhado diariamente. Trazê-los aqui para participar deste projeto já demonstra uma grande evolução neles. E o processo não encerra aqui, pois eles desenvolverão aos poucos um cuidado responsável com a praça e com o meio ambiente. É apenas um começo”, afirma Priscila Fernandes, psicóloga e coordenadora da Clínica Ciranda.
Fonte: Secom/PMS