
O Ministério Público do Trabalho (MPT) abriu um inquérito para investigar as condições de trabalho na planta da montadora BYD em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador. Denúncias anônimas feitas em setembro relatam graves irregularidades, incluindo agressões físicas, jornadas de trabalho exaustivas de até 12 horas, ambientes insalubres e alojamentos sem divisões adequadas entre homens e mulheres.
Durante uma inspeção realizada em novembro, foi constatado que as condições relatadas refletem um ambiente de trabalho inadequado e violento, trazendo preocupações tanto sobre a segurança quanto sobre a dignidade dos trabalhadores.
Relatos ainda apontam que os operários trabalham de domingo a domingo, sem condições mínimas de higiene e segurança, com banheiros sujos e iluminação precária nos alojamentos. Além disso, há denúncias de que agressões físicas, como chutes e pontapés, teriam ocorrido no local, elevando o tom de alerta das autoridades.
O procurador Bernardo Guimarães afirmou que os relatos exigem uma apuração minuciosa e que as práticas relatadas podem configurar sérias violações às leis trabalhistas, especialmente no que se refere à saúde e segurança do trabalho.
Em resposta às denúncias, a BYD repudiou os episódios e anunciou medidas para responsabilizar os agressores, incluindo suas demissões e a proibição de retorno à unidade. A montadora também exigiu das prestadoras de serviço contratadas ações imediatas para corrigir as inconformidades apontadas. Entretanto, o MPT segue cobrando explicações detalhadas e documentos que comprovem as condições de trabalho na planta, incluindo contratos de trabalho, planos de prevenção de acidentes e vistos de trabalho para estrangeiros que atuam na obra.
O procurador do caso ressaltou que, além das condições precárias, as acusações de violência física representam um agravante que não será ignorado. Ele indicou que novas inspeções podem ocorrer e que as medidas tomadas até agora são apenas o início de um processo mais amplo para assegurar que as condições de trabalho atendam aos padrões exigidos por lei.
“As informações que colhemos até o momento apontam para a necessidade de correção de procedimentos relativos ao meio ambiente de trabalho, para garantir a saúde e a segurança dos empregados”, afirmou Bernardo Guimarães, reforçando o compromisso com a apuração rigorosa do caso.
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(Com informações da Agência Pública e Correio)