
Através de uma iniciativa do vereador Duda Sanches (DEM), a Câmara Municipal de Salvador realizou, no auditório do Edifício Bahia Center, na manhã de quinta-feira (13), uma audiência pública intitulada “Ensino a Distância na Área de Saúde”. Atualmente existem no país 15 modalidades de cursos de graduação nesta área, sendo que 11 já são de Educação a Distância (EAD).
“Há uma especificidade sendo discutida aqui. Afinal, os profissionais de saúde precisam ter um contato físico com os pacientes. Entendemos, portanto, que o ensino a distância pode prejudicar a formação de profissionais para o mercado de trabalho”, afirmou Duda Sanches.
Com relação à liberação destes cursos de graduação pelo Ministério da Educação (MEC), o vereador avalia que é necessário que o ministério entenda a complexidade desta questão. “Os cursos a distância aumentam a lucratividade das instituições de ensino superior. Entretanto, na área da saúde a preocupação maior deve ser com o ser humano, ou seja, o paciente”, acrescenta.
Duda Sanches disse ainda que solicitará uma audiência com o ministro da Educação para tratar desta questão da liberação de cursos na área de saúde na modalidade EAD.
Qualidade
Já a vereadora Aladilce Souza (PCdoB) afirmou que “sempre estive preocupada com a qualidade da assistência ao paciente. Sou professora de Enfermagem e entendo que as nossas práticas profissionais devem ter qualidade no sentido de garantir o direito social à saúde”.
Conforme Valter da Mata, presidente do Conselho Regional de Psicologia, “a objeção não é contra os cursos a distância. Entretanto, somos contra formar profissionais de saúde com um curso de graduação que seja 100% EAD”. Ele salientou que “as profissões ligadas à área de saúde requerem cuidados que necessitam de um aprendizado presencial”.
Presente também ao evento, o representante do Conselho Regional de Fisioterapia, Maurício Dourado, frisou que o compromisso é com a formação de bons profissionais. “Não somos contrários às novidades no ensino. Entretanto, o novo não pode ser utilizado de forma descabida”, disse. Ele destacou também que “a EAD como método único de transferência de conhecimento na nossa profissão não é adequada aos domínios que precisamos na área de saúde”.
Preparo impossível
Integrante da mesa de trabalhos, o assessor Técnico da Comissão Intersetorial de Recursos Humanos do Conselho Nacional de Saúde e professor da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Fransley Lima Santos, argumentou que “é impossível se preparar um indivíduo, totalmente a distância, para cuidar de alguém. Nossa proposta é sensibilizar os conselhos de classe da área de saúde com relação a essa situação”.
A mesa de trabalho foi também composta pela aluna de Enfermagem e integrante do Diretório Central dos Estudantes da Ufba, Rosa Soares; e pela vice-presidente do Conselho Regional de Nutrição, Janaina Sant’anna.
Fonte: Secom/CMS