O cenário político e judicial brasileiro foi marcado por um evento trágico nesta segunda-feira: a morte de Cleriston Pereira da Cunha, detido no Complexo da Papuda, em Brasília. A notícia chama a atenção não apenas pelo fato em si, mas também pelo contexto em que ocorreu e pelas personalidades envolvidas.
Cleriston, que estava preso por sua participação nos atos de 8 de janeiro deste ano, teve um mal súbito durante o banho de sol, segundo informações da administração prisional. A juíza Leila Cury, da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, detalhou que o detento passou mal por volta das 10h, e apesar dos esforços do Samu e do Corpo de Bombeiros, seu óbito foi declarado às 10h58.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que é o relator das ações relacionadas aos atos de janeiro, pediu informações detalhadas sobre a morte de Cleriston, incluindo uma cópia do prontuário médico e relatórios dos atendimentos recebidos na prisão. Esse pedido evidencia a importância do caso e a necessidade de transparência nas circunstâncias que levaram ao falecimento do detento.
Interessante notar que a morte de Cleriston ocorre em um momento em que sua saúde já estava debilitada, conforme mencionado pela sua defesa em um pedido de liberdade provisória ao STF. O advogado do preso destacou as sequelas graves deixadas pela Covid-19, especialmente no sistema cardíaco. A Procuradoria-geral da República chegou a se manifestar favoravelmente ao pedido, sugerindo medidas alternativas, como o uso de tornozeleira eletrônica, mas não houve decisão de Moraes a respeito.
O fato de Cleriston ser irmão do vereador Cristiano Pereira da Cunha, de Feira da Mata (BA), e ser conhecido na comunidade como Clezão do Ramalho, adiciona um aspecto pessoal e humano a essa história. Ele morava no Distrito Federal há cerca de 20 anos, mas suas raízes estavam na Bahia.
A morte de Cleriston levanta questões sobre a assistência médica em instituições prisionais e sobre como as condições de saúde dos detentos são monitoradas e tratadas. Além disso, reacende o debate sobre os eventos de 8 de janeiro e suas consequências. A atenção agora se volta para as informações que serão fornecidas pela direção do Centro de Detenção Provisória 2 e para os próximos passos na investigação desse caso.
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