O presidente da Câmara Municipal, vereador Leo Prates, atualmente pré-candidato a deputado estadual, sustenta o apoio do DEM ao pré-candidato à presidência da República, Ciro Gomes, caso Rodrigo Maia abra mão de candidatura.
“Seguirei o candidato do meu partido e do nosso líder, ACM Neto, se Rodrigo não quiser enfrentar a disputa. A minha opinião é que devemos apoiar Ciro Gomes (PDT) para Presidência da República”, defende Prates em uma de suas redes sociais.
O prefeito de Salvador, ACM Neto, presidente do Democratas, avaliou, em conversa com a imprensa no mês passado a reunião que teve com o pré-candidato ao Planalto Ciro Gomes (PDT), em um jantar reservado em Brasília, na noite de segunda-feira (19), acompanhado do deputado Rodrigo Maia, presidente da Câmara Federal. A declaração foi dada durante inauguração do Abrigo Dom Pedro II. Neto minimizou as declarações do presidenciável de que a prioridade era fechar alianças com PSB e PCdoB para garantir uma ”hegemonia moral e intelectual”.
Ciro chamou também o vereador do DEM, Fernando Holiday, de São Paulo, de ”capitãozinho do mato”. ”Primeiro, não ouvi isso da boca dele e o que ouvi ontem foi outra colocação de parte do pré-candidato Ciro Gomes”, disse o prefeito. O democrata afirmou ainda que as críticas de Ciro feitas ao Democratas ficaram no passado. ”Eu não tenho porque olhar para o passado e, em função dele, condenar a pessoa. A pessoa pode evoluir, amadurecer, aperfeiçoar as suas ideias e pensamentos. Não faço política olhando o retrovisor, faço política olhando para o futuro”, disse.
Neto afirmou que uma possível aproximação com Ciro deve ser, como qualquer aliança, fruto de ”confluência programática”. ”Não considero a plataforma dele [Ciro] incompatível com a do Democratas. É bom dizer que foi uma primeira conversa que nós tivemos. Uma conversa de aproximação, de troca de opiniões a respeito do cenário político. Não se vai nesse momento descartar nenhuma hipótese. O Democratas está aberto a conversar com todo mundo, exceto com o PT, porque não faria nenhum sentido”, afirmou em entrevista ao Bahia.ba.
Ele afirma que, assim como conversou com Ciro, também o fez com o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB), na manhã desta quarta-feira, e com Álvaro Dias (Pode). Todas as conversas acontecem junto com Rodrigo Maia, pré-candidato democrata à Presidência. ”Eu gosto das três refeições do dia: café, almoço e jantar (risos). São conversas distintas e não devem ser comparadas. Óbvio que todas as conversas giram em torno da eleição. Cada um tem o seu estilo, a sua forma de ver o presente e o futuro do país. Caberá ao Democratas e a outros partidos que tem dialogado conosco tomar essa decisão. Não é nem de ACM Neto. Estou procurando agir como magistrado no partido, que tem hoje várias correntes internas. O único caminho unânime é o da candidatura de Rodrigo Maia”, considerou.
O grupo, que tem como expoente o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ainda procura um nome para apoiar nas eleições.
Maia deve anunciar a desistência da candidatura ao Palácio do Planalto e procura alternativas para que o DEM não feche novamente uma aliança com o PSDB. Mesmo com resistências internas, ele tem feito a ponte entre Ciro e as legendas de centro.
Estiveram também presentes no jantar o presidente do DEM, ACM Neto, o presidente do PP, senador Ciro Nogueira, do PRB, Marcos Pereira, do Solidariedade, deputado Paulinho da Força, e o líder do PCdoB na Câmara, deputado Orlando Silva. Pelo lado do PDT, participaram o presidente da legenda, Carlos Lupi, e o deputado Mário Heringer.
De acordo com um dos participantes do encontro, não houve uma definição sobre aliança, mas Ciro, que em público tem dito que a sua preferência é por um acordo com o PSB e PCdoB, teria deixado claro que gostaria de contar com o apoio do Centrão na campanha.
Em um dos momentos do encontro, que se estendeu até por volta da 1h da manhã de quarta-feira (20) no mês passado, ACM Neto teria questionado Ciro sobre as divergências de pensamento dele com o grupo, mais de centro-direita. O presidenciável, no entanto, teria dito que estava disposto a construir um programa de governo conjunto, que contemplasse todos os aliados.
“O jantar foi muito proveitoso. As conversas vão continuar”, disse Paulinho da Força, cujo partido tem como pré-candidato a presidente o ex-ministro Aldo Rebelo. O grupo ficou de voltar a se reunir nas próximas semanas, antes do período das convenções partidárias, que vão de 20 de julho e 5 de agosto.
Rafael Santana com informações da Exame e Tribuna da Bahia On Line