Neste domingo, o futuro político da Argentina será delineado por mais de 35 milhões de eleitores. A ocasião não é uma eleição geral, mas as eleições nacionais primárias, abertas, simultâneas e obrigatórias (PASO), uma etapa crucial para determinar quem estará na disputa eleitoral em outubro. Semelhante ao Brasil em aspectos democráticos, o voto na Argentina é obrigatório para cidadãos entre 18 e 70 anos. Jovens de 16 e 17 anos têm a opção de votar, caso desejem.
No coração destas primárias, estão vagas poderosas: a presidência do país, 24 vagas no Senado e 130 assentos para deputados. A província de Buenos Aires, um dos mais influentes centros políticos da nação, elegerá o maior número de deputados – um total de 35.

A estrutura política da Argentina é bicameral, assim como no Brasil. O Congresso argentino consiste em 257 deputados, eleitos para mandatos de quatro anos, com eleições a cada dois anos. Como resultado, a cada eleição, metade da Câmara sofre mudanças. O Senado, por outro lado, tem 72 membros eleitos para mandatos de seis anos, com renovações ocorrendo a cada dois anos. Daí a disputa por 24 vagas agora.
O propósito principal das primárias é filtrar os candidatos para a eleição geral. A regra é clara: para avançar para as eleições de outubro, um candidato deve alcançar ou exceder 1,5% dos votos válidos no distrito em questão.
Realizar as primárias é uma tarefa gigantesca. Segundo a agência pública de notícias Télam, a logística destas eleições é tão complexa quanto a das eleições gerais. Sob a supervisão da Direção Nacional Eleitoral e dos Correios do país, 106 mil urnas são transportadas para 17 mil locais autorizados. Alguns destes locais são de difícil acesso, estando isolados por montanhas ou rios. Esta operação monumental envolve o uso de 60 mulas, 52 tratores e 15 barcos para garantir que cada voto seja contabilizado.
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