Contra todas as expectativas, as primárias abertas, simultâneas e obrigatórias (PASO) na Argentina foram palco de um resultado histórico neste domingo (13). Javier Milei, autoproclamado “anarcocapitalista”, emergiu como o candidato mais votado com impressionantes 30,2% dos votos, superando as tradicionais coalizões políticas do país.
Esta eleição marca um ponto de virada para a política argentina. A coalizão opositora Juntos por el Cambio, que teve uma disputa interna vencida por Patricia Bullrich, ficou com 28,3%, enquanto a aliança governista União pela Pátria, pertencente ao movimento peronista, amargou 27,2% – o pior desempenho desde a implementação das PASO, há 12 anos.
Milei, representando a coalizão A Liberdade Avança, não apenas contrariou as previsões que indicavam sua queda, como solidificou seu lugar como uma alternativa fora do eixo tradicional da política argentina. Seu discurso fervoroso contra a corrupção e em favor de um neoliberalismo mais radical parece ter encontrado ressonância entre os eleitores argentinos.

No entanto, é importante observar que a virada à direita não se limitou apenas à surpreendente performance de Milei. A vitória de Patricia Bullrich sobre Horacio Rodriguez Larreta na Juntos por el Cambio indica uma preferência por uma abordagem mais dura e conservadora dentro da coalizão.
Sergio Massa, o atual ministro da Economia peronista, garantiu 21,4% dos votos, um número que desafia a hegemonia anteriormente inquestionável das alianças peronistas nas primárias. A eleição de Milei simboliza o crescente descontentamento da população com as forças políticas tradicionais e pode indicar uma guinada à direita mais extremista na política argentina.
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