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Em uma reviravolta para o mercado automobilístico brasileiro, a gigante chinesa BYD fechou um acordo com o governo da Bahia para a instalação de uma fábrica de veículos elétricos e híbridos no município de Camaçari. O local abrigava a antiga fábrica da Ford, que encerrou suas atividades durante a pandemia.
O acordo prevê que o governo da Bahia retome o imóvel e cancele os incentivos que haviam sido concedidos à montadora americana. Em seguida, a unidade será repassada à BYD para o início da produção. A expectativa é de que o anúncio oficial da operação seja feito, no máximo, até outubro.
Inicialmente, a ideia era de que a Ford negociasse diretamente com a BYD, mas as conversas encontraram entraves. Fontes próximas às negociações afirmam que a Ford resistiu à venda da planta à empresa chinesa, impondo condições consideradas impeditivas pelos chineses. Alega-se que a disputa geopolítica entre Estados Unidos e China tenha desempenhado um papel nesse impasse.
Apesar da resistência, o governo baiano interveio, facilitando o acordo entre as partes. Representantes da Ford negam que a recusa se deu por razões políticas, alegando que as conversas não avançaram por questões comerciais.
O anúncio oficial ainda está pendente, pois a Secretaria de Fazenda da Bahia está realizando cálculos de indenizações pelos investimentos da Ford ainda não amortizados. Segundo envolvidos nas negociações, a BYD planeja investir R$ 3 bilhões em dois anos na nova planta. Em troca, pagará apenas 5% do ICMS ao estado e ficará isenta de Imposto de Renda, com a expectativa de gerar 5 mil empregos.
A nova fábrica em Camaçari faz parte do plano estratégico da BYD para a produção de veículos elétricos e híbridos no Brasil, com a maior parte da produção destinada ao mercado nacional. Apesar de consultadas, nem a BYD nem a Ford quiseram se manifestar sobre o assunto.
(Com informações da FolhaPress)
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