
Em Salvador, a influência do Comando Vermelho (CV) ultrapassa os limites do tráfico e atinge a política local. Políticos e candidatos a cargos públicos estão sendo coagidos a pagar “pedágios” para a facção, em uma prática que mistura intimidação e corrupção. Com valores que variam e exigências diversificadas, essa cobrança ilegal se tornou uma realidade preocupante em bairros como Cosme de Farias, Engenho Velho da Federação e Nordeste de Amaralina, além de áreas no Subúrbio de Salvador, cujos nomes são mantidos em sigilo para proteger os envolvidos.
As lideranças comunitárias, temendo represálias, compartilham histórias sob anonimato ao Informe Baiano, revelando um cenário onde até mesmo eventos culturais são manipulados para favorecer o tráfico.
A situação alarmante se estende ao relacionamento entre as facções e os representantes eleitos, que descrevem o cenário como “insustentável”. Alguns traficantes até assumem papéis de lideranças comunitárias, limitando a atuação legítima dos verdadeiros líderes e monopolizando o apoio político. Diante desse cenário complexo, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) da Bahia promete ação, instando a população a denunciar tais práticas pelo Dique Denúncia. No entanto, a sensação de impotência prevalece, refletindo um problema que transcende a esfera policial e demanda uma resposta mais abrangente da sociedade e do governo.