Salvador, a primeira capital do Brasil, celebra sua fundação em 29 de março de 1549, mas sua história começa muito antes, tecida por uma rica tapeçaria de culturas e crenças. Imagine um lugar onde o pulsar das tradições indígenas se entrelaça com a fé católica dos colonizadores portugueses e a resistência espiritual dos africanos escravizados. Esse caldeirão cultural deu origem a uma cidade única, onde igrejas, templos e terreiros não são apenas construções, mas marcos de uma vivência religiosa diversa que define Salvador.
A invasão holandesa em 1624 adicionou ainda outra camada a essa mistura, trazendo o protestantismo para o cenário religioso local. Curiosamente, Salvador hoje abriga mais de 6.032 estabelecimentos religiosos, superando o número de escolas e hospitais, um fato que destaca a centralidade da fé na vida da cidade.
No coração de Salvador, o Pelourinho se destaca não só pela sua arquitetura colonial preservada, mas como um epicentro de expressões culturais que narram a história da cidade.
Apesar de sua diversidade e riqueza histórica, o Pelourinho não é considerado uma área nobre, refletindo as transformações sociais e territoriais de Salvador. Com uma população de mais de 2,4 milhões de pessoas, a cidade se orgulha de sua herança africana, sendo a mais negra fora da África, um testemunho vivo de sua história e de sua gente.