
O Brasil registrou mais de 2 mil casos de intolerância religiosa em 2023, e o problema persiste em 2024. Um exemplo recente é a cantora Anitta, que perdeu 200 mil seguidores após lançar um álbum em homenagem ao Candomblé.
O babalorixá Jean Carlos D’Oxumare, conhecido como Danvulayó, explicou ao Portal A TARDE que essa reação é fruto de um preconceito enraizado há anos contra religiões de matriz africana. Danvulayó ressaltou que o Brasil, culturalmente colonizado e escravagista, ainda carrega a ideia de que tudo o que vem do povo preto é inferior.
Ele comparou a situação de Anitta com a de Beyoncé, que também enfrentou críticas ao lançar álbuns celebrando a cultura africana.
Apesar da intolerância, Danvulayó vê com bons olhos a publicização das religiões de matriz africana por grandes artistas. Para ele, a homenagem de Anitta é um passo importante para diminuir o preconceito e mostrar a beleza dos ritos do Candomblé.
Anitta, em uma live no Instagram, desabafou sobre o preconceito que enfrentou e defendeu todas as religiões, destacando que acredita no julgamento pessoal após a morte. Danvulayó celebrou a divulgação do Candomblé por uma artista tão influente, considerando um marco importante para a representatividade e valorização das religiões de matriz africana.