
Os venezuelanos vão às urnas neste domingo (28) em um cenário sem precedentes nos 25 anos de chavismo. Sob intensa pressão internacional e desgastado pela prolongada crise econômica, Nicolás Maduro, no poder desde 2013, enfrenta uma ameaça inédita ao seu regime. A mobilização da oposição trouxe uma nova esperança de mudança e retorno à democracia.
São dez candidatos disputando a preferência de mais de 21 milhões de eleitores, que demonstraram em pesquisas recentes um forte desejo de votar, mesmo com o voto sendo facultativo.
O principal adversário de Maduro é Edmundo González Urrutia, de 74 anos. Embora González seja o nome na urna, quem realmente mobilizou multidões nas ruas foi María Corina Machado, de 56 anos. A ex-deputada liberal, uma das mais vocais opositoras do chavismo desde os anos 2000, moderou seu discurso e priorizou consensos, consolidando sua figura em comícios com milhares de pessoas. No entanto, em uma manobra do regime, ela foi impedida de concorrer por 15 anos, e González assumiu sua candidatura.
O clima em Caracas na véspera da votação é de calma aparente, mas com muita ansiedade sobre o que virá após o dia 28 de julho. Estima-se que os resultados possam ser anunciados na madrugada de segunda-feira (29). A incerteza sobre a aceitação dos resultados, caso a oposição vença, ou a possibilidade de protestos em caso de uma vitória de Maduro, adiciona tensão ao cenário político.
A posse só ocorrerá em janeiro, deixando um longo período para uma transição ou maior exposição do regime a questionamentos.