
A disputa por espaço no grupo político liderado pelo PT na Bahia já movimenta os bastidores para as eleições de 2026. Aliados do ministro da Casa Civil, Rui Costa, avaliam uma estratégia que poderia evitar um racha interno: convencer o senador Jaques Wagner a desistir de sua reeleição. Essa decisão abriria espaço para Rui concorrer a uma vaga no Senado, enquanto o senador Angelo Coronel (PSD) disputaria a reeleição.
A medida acomodaria diferentes interesses do grupo, fortalecendo alianças com partidos como o MDB, que manteria a vice na chapa, e o Avante, que indicaria Ronaldo Carletto para a suplência de Rui no Senado.
Essa não seria a primeira vez que Wagner faria um gesto em prol da unidade política. Em 2022, ele abdicou de sua candidatura ao governo da Bahia, abrindo espaço para que outros nomes fossem considerados. Apesar de a estratégia não ter vingado na época, ela evidenciou sua disposição para negociar em prol da estabilidade do grupo.
No entanto, o senador, atualmente com 73 anos, tem reiterado sua intenção de buscar a reeleição em 2026, mesmo diante das pressões internas.
A articulação também busca reduzir tensões entre Rui Costa e o atual governador Jerônimo Rodrigues, que almeja a reeleição ao Palácio de Ondina. Embora Rui não declare publicamente, há sinais de que ele também considera retornar ao governo estadual, cenário que poderia gerar um embate com Jerônimo.
A operação, se concretizada, alinharia os interesses do grupo ao garantir a permanência de Jerônimo no governo e a presença de Rui no Senado, ampliando a força do PT e seus aliados na política nacional.
Outro ponto que sustenta a proposta é a acomodação de partidos aliados. O PSD, com Angelo Coronel, e o MDB, que garantiu espaço na vice, são peças fundamentais para a manutenção da base política do grupo em 2026. Com o Avante indicando Ronaldo Carletto para a suplência de Rui, a estratégia busca atender a todos os atores-chave da aliança. Apesar disso, as resistências internas permanecem, especialmente diante da postura firme de Wagner sobre sua candidatura.
As movimentações para as eleições de 2026 indicam o desafio do PT em manter sua hegemonia na Bahia, enfrentando as naturais disputas internas de um grupo consolidado, mas que precisa se ajustar a novas realidades políticas.
A decisão final de Wagner será crucial para definir os rumos da chapa e para evitar que as divisões internas enfraqueçam o grupo em um dos seus principais redutos eleitorais.