Sidônio Palmeira assume a Secretaria de Comunicação Social (Secom) com um grande desafio logo de cara: reverter a narrativa negativa sobre o monitoramento de transações via Pix acima de 5 mil reais para pessoas físicas e 15 mil reais para empresas. O governo nega qualquer intenção de taxar o Pix, mas o tema gerou desconfiança, especialmente pela possibilidade de que os dados sejam usados para cobrar impostos como o Imposto de Renda.
O impacto na imagem do governo exigirá uma estratégia de comunicação eficaz, que começa a ser traçada em reunião com Lula nesta segunda-feira.
Além do Pix, Palmeira terá a missão de corrigir o que o próprio presidente chamou de “falha na comunicação” do governo. Lula tem criticado publicamente a dificuldade em mostrar à população o que considera os avanços de sua gestão. A insatisfação ficou evidente no fim da era de Paulo Pimenta à frente da Secom, marcado por críticas internas e pela pressão de aliados que cobravam mudanças.
A nova gestão promete não só ajustar a mensagem, mas também dar mais espaço para Lula nas redes sociais, em uma abordagem mais combativa e direta. Essa visão é defendida pela primeira-dama, Janja, que tem influenciado a estratégia de comunicação institucional. Para ela, o presidente precisa aparecer mais e dialogar diretamente com o público, especialmente nas plataformas digitais.
Palmeira assume oficialmente o cargo na terça-feira, mas o trabalho já começou. A nova instrução normativa da Receita, que entrou em vigor em 1º de janeiro, também afeta outras operações financeiras, incluindo cartões de crédito e fintechs. A mudança provocou apreensão em diversos setores e será um teste de fogo para a nova equipe da Secom, que precisa reconstruir a narrativa e reconquistar a confiança do público.