
Enquanto Jerônimo Rodrigues segue de gabinete em gabinete tentando costurar alianças para 2026, a Bahia afunda numa das piores secas das últimas décadas. Nem mesmo os aliados do governador conseguem esconder a frustração com a lentidão do Estado. “A ajuda ainda não chegou na ponta”, reclamou o deputado Cafu Barreto (PSD), da base petista, ao falar sobre a estiagem que castiga produtores na região de Irecê. Segundo ele, nem o aumento de 25% no preço do milho vendido pela Conab foi enfrentado com pulso firme. “Coisa para ontem, não é para ficar sonhando”, disparou.
A tal “série de ações” que Jerônimo prometeu para enfrentar a seca virou piada nas redes sociais: nenhum trator, nenhuma pipa, nenhum saco de milho chegou a quem precisa.
O que se vê é um governo que prefere cuidar da própria sobrevivência política do que da sobrevivência do seu povo.
Nas redes, internautas não perdoaram a omissão. “Jerônimo tá mais preocupado em reeleição do que com quem tá sem água”, escreveu uma moradora de Lapão no Facebook. Em grupos de WhatsApp, produtores de Irecê, Xique-Xique e Central compartilham vídeos com pastos secos, animais morrendo e caminhões parados por falta de apoio logístico.
Enquanto isso, o governador bate ponto em solenidades, como se vivesse numa Bahia paralela: bem diferente da realidade do sertanejo.
Com 20 anos de domínio petista, a Bahia chegou ao fundo do poço. A seca apenas escancarou o que muitos já sabiam: não há gestão, não há planejamento, não há pressa.
E agora, nem os aliados aguentam mais tanta lerdeza.