
A CCJ do Senado aprovou uma proposta que pode mudar de vez a cara da política brasileira: o fim da reeleição para prefeitos, governadores e presidente da República a partir de 2030. A medida, que ainda precisa passar pelo plenário do Senado e pela Câmara dos Deputados, prevê mandatos de cinco anos, sem direito à recondução, e unifica o calendário eleitoral no país.
O curioso é que essa mudança, se aprovada, não atingirá Lula, que segue liberado para tentar mais quatro anos de poder em 2026, mesmo com o país afundado em crise.
A PEC acerta quando busca acabar com o uso da máquina pública a favor de quem está no cargo, como tem sido a prática constante da esquerda nas últimas décadas. Só nas eleições de 2022, 18 governadores se reelegeram, e nas municipais de 2024, foram 2.461 prefeitos reconduzidos, um recorde histórico. E desde 1998, só Jair Bolsonaro não conseguiu se reeleger, derrotado por um condenado da Lava Jato, hoje descondenado por manobras judiciais.
O que se vê, na prática, é que a reeleição virou um projeto pessoal de poder, longe do interesse coletivo. E na Bahia, essa lógica levou Jerônimo Rodrigues, apontado como o pior governador da história, a continuar o ciclo de decadência petista.
Claro que há resistência. Os críticos dizem que mandatos únicos podem atrapalhar políticas públicas de longo prazo. Mas o que temos hoje é um sistema viciado, onde reeleições viram chantagem política com dinheiro público, como se vê nas emendas parlamentares e no uso da máquina federal.
O futuro da proposta ainda é incerto, mas seu avanço já lança luz sobre um problema que o PT ajudou a institucionalizar: o apego do poder pelo poder, mesmo à custa do Brasil.