
O governo Lula tentou mais uma manobra fiscal e acabou tomando um puxão de orelha do mercado. Depois de anunciar o aumento do IOF para arrecadar mais de R$ 40 bilhões, o próprio Ministério da Fazenda teve que recuar horas depois, diante da reação negativa de investidores e empresários. A alíquota que iria saltar de 0% para 3,5% sobre investimentos no exterior foi mantida zerada, e remessas para investimentos continuam com taxa de 1,1%.
A tentativa de arrecadar mais para tapar o rombo do orçamento revelou um governo descoordenado, sem diálogo com o Banco Central e dependente de improvisos.
O pacote de mudanças atingiria em cheio o bolso dos brasileiros: IOF mais caro sobre cartão internacional, remessas para familiares no exterior e até planos de previdência privada. Para empresas, o crédito ficou mais salgado, com alta de até 3,95% ao ano, o que deve gerar inflação e reduzir investimentos.
Segundo especialistas ouvidos pela Reuters e pelo Estadão, a decisão enfraquece o Brasil no cenário internacional e dificulta a entrada na OCDE.
Até aliados do mercado, como Flávio Rocha (Riachuelo) e Rubens Ometto (Cosan), criticaram a medida. Já o senador Sérgio Moro foi direto: “Lula é uma sanguessuga com tentáculos”.
A própria equipe econômica admitiu que foi pega de surpresa com os impactos negativos e teve que mudar a redação do decreto de madrugada, antes da abertura dos mercados. Fernando Haddad, que deveria liderar esse processo, nem estava em Brasília. Mais uma prova de que o Brasil, sob o comando do PT, segue sem rumo e com políticas que penalizam quem trabalha e investe.