Em Brasília: senadores baianos se preparam para decidir voto no julgamento final do impeachment contra presidente Dilma

Senadores baianos votam contra denúncia de impeachment de Dilma

O processo de impeachment chegou a sua fase de julgamento final e há uma luta quase que incessante e cansativa dos dois lados, tanto da acusação quanto da defesa, para tentar de todas as formas acusar ou livrar a presidente afastada Dilma Rousseff que, pelo que parece, anda em direção a um caminho sem volta, apesar dos aliados da petista defenderem que ela não cometeu crime de responsabilidade e insistem na tese de “golpe”. É o que sustenta os senadores baianos Lídice da Mata (PSB), Otto Alencar (PSD) e Roberto Muniz (PP), este último suplente de Walter Pinheiro, que, mesmo desfiliado do PT, se licenciou do mandato para assumir a Secretaria de Educação do governo do Estado. Apesar de não terem sido membros da Comissão Especial do Impeachment, os três se preparam para a votação durante a sessão de julgamento final do processo de impeachment no Senado Federal comandada pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski , que começou a partir desta quinta-feira (25).

Na decisão sobre o julgamento do relatório do senador Antônio Anastasia (PSDB-MG) pela admissibilidade do impeachment da presidente Dilma Rousseff, os senadores Lídice, Alencar (PSD) e Muniz (PP) votaram a favor da presidente afastada Dilma Rousseff (PT) e contra o relatório sobre o processo de impeachment por julgarem improcedente a denúncia de crime de responsabilidade.

Sobre o julgamento final do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff que começou na manhã desta quinta, a decisão sobre a cassação da presidente ainda terá de passar pelo crivo do Senado. Neste caso, pelo menos na bancada baiana, a presidente Dilma pode contar com todos os três votos dos senadores baianos a seu favor, o que evidencia uma posição unificada da bancada no Senado em favor de um governo que pode acabar. Mesmo com seus votos já declarados contra o impeachment e em defesa da presidente Dilma, talvez pelo apelo e influência do governador Rui Costa, os parlamentares baianos consideram que será difícil reverter o resultado e livrar a petista da cassação do mandato.

Em seu discurso, a senadora Lídice da Mata (PSB) já destacou a ação dos antigos aliados da petista, que passaram a apoiar seu afastamento. “Nunca um governo foi tão sordidamente traído como esse, por deputados e partidos que até ontem dele participavam e usufruíam de suas benesses e cargos”, afirmou a congressista. Em entrevista à TV Senado, apesar da sua posição em defesa de Dilma, Lídice sinalizou que o PSB se encontra dividido neste cenário, já que seu voto foi na contramão do posicionamento do partido.

“Queiram ou não admitir os defensores da admissibilidade do processo de impeachment, esse processo é um golpe jurídico, parlamentar e midiático”, acusou a senadora Lídice. Para ela, Dilma não cometeu crime de responsabilidade e o processo de impeachment é inteiramente político”, criticou Lídice.

O pepista Roberto Muniz acredita que o cenário está decidido e não muda: Dilma será definitivamente afastada. Depois da votação que, por 59 a 21, tornou a presidente afastada em ré no Senado, Muniz avalia que a petista não conseguirá escapar da cassação do mandato.

“O grosso do placar está desenhado, está muito difícil a possibilidade de virada. A distância é muito grande e as condições políticas não sinalizam mudança. Política, como dizia Ulysses Guimarães, é como uma nuvem. Entretanto, não tem nuvem para ela [Dilma], nada que sinalize essas possibilidades [de reversão do impeachment] de forma mais clara”, diz Muniz, que deu voto favorável à Dilma na fase de sessão de pronúncia, condição de prévia do julgamento final do processo. Na posição dele, o impeachment criou traumas, agravando a crise política e econômica no país, e deve ter desfecho rapidamente, para estancar a sangria e “instabilidades” que atingem o Brasil. “Os brasileiros estão perplexos e outros felizes, mas ávidos para que isso acabe logo. Há um desejo para que a gente vire a página”, declara. Apesar de ter votado a favor da petista, Muniz ainda não sabe se manterá o mesmo posicionamento no julgamento final. “Faço análises, há sempre especulações, mas me reservo o direito de caminhar analisando sempre, até o momento de ter que decidir”, responde.

Apesar de seus partidos já terem decidido em passar para a base do governo do presidente interino Michel Temer (PMDB), os senadores Otto Alencar, do PSD, Roberto Muniz, do PP, e Lídice da Mata, do PSB, defendem a permanência da presidente depois de votaram contra chamada “Pronúncia” de Dilma Rousseff, que na prática, libera o processo para votação no Congresso.

Em entrevista à imprensa, o senador Otto Alencar (PSD) ressaltou que a queda da popularidade da presidente favoreceu a ocorrência do processo. “Escolheram a presidente Dilma em um momento político de perda de popularidade. Se estivesse com a popularidade alta, ninguém faria isso”, ao citar que Lula não passou por situação semelhante durante seu mandato.

Apesar de reconhecer “erros políticos e administrativos”, Otto Alencar afirmou ter “absoluta certeza que a presidente Dilma não cometeu nenhuma falha moral”. Ele destacou que em sua opinião Dilma foi a presidente que mais ajudou a Bahia. “É uma coisa de oportunismo”, afirmou ele, ao criticar o movimento pelo impeachment. Otto afirmou que a Lei de Responsabilidade é uma lei complementar e que não se deveria afastar uma presidente por descumprir dois artigos de uma legislação do tipo, ao ressaltar que isso acontece em todas as esferas do poder.

Ele criticou a ideia de que o impeachment seria uma “solução definitiva” para a crise do Brasil. “Estamos impondo ao povo brasileiro um novo presidente da República, sem que o povo brasileiro possa opinar (…) Esse é o golpe. Tirar do povo brasileiro o direito de tirar o governo”.

Apesar dos senadores baianos Lídice da Mata (PSB), Otto Alencar (PSD) e Roberto Muniz (PP) terem seus votos já declarados e conhecidos publicamente contra o impeachment de Dilma Rousseff (PP), mesmo temendo a pressão de seus partidos, alguns outros pares das mesmas legendas dos três parlamentares, PSB, PSD e PP que estão no governo do presidente interino Michel Temer (PMDB) são a favor da cassação do mandato da presidente, uma vez que Temer ao ter se reunido com senadores cobra agilidade, celeridade e pressa para concluir a fase de julgamento e decisão final ainda neste mês de agosto para assumir a presidência da República de forma definitiva e permanente.

Só nos resta esperar agora o voto dos senadores que serão juízes neste processo que vai decidir o resultado do julgamento final do impeachment no Senado para saber qual será o novo capítulo nos rumos do Congresso Nacional e da história política brasileira.

Rafael Santana/Foto: Montagem

 

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