Época de eleições é um período de grande movimentação em todos os sentidos. Mesmo para aqueles que não se interessam pelo assunto ‘política’, os programas eleitorais, as notícias na imprensa, e mesmo, a obrigação de sair de casa e se dirigir para seu colégio eleitoral exige um mínimo em refletir sobre eleições, política e a escolha do candidato.
Porém, a cada eleição a quantidade de informações à disposição, principalmente, via Internet sobre a atuação dos candidatos, propostas, a situação em que vivemos e seus valores pessoais aumenta de maneira que a responsabilidade do eleitor se torna cada vez maior. Não é mais desculpa o eleitor ter votado em um candidato e, mais tarde, se arrepender porque não sabia detalhes sobre o postulante a um cargo político.
Um candidato, que já passou pela vida pública, é avaliado como bom ou ruim se o eleitor souber como ele trata outros muitos aspectos da administração pública, além de obras, que são os aspectos mais visíveis do que fez, mas não necessariamente os mais importantes. Uma outra condição para se chegar a uma decisão e ao candidato correto é uma análise de vários aspectos como sua ficha criminal e de processos, sua vida tanto civil quanto pública e até mesmo os próprios valores.
Escolher um bom candidato é fundamental para não desperdiçar o voto, pois nada adianta ter o direito de votar e acabar elegendo pessoas que não estão interessadas no bem da sociedade. Então, o primeiro passo é trocar opiniões, ler jornais e ficar atento às notícias. Depois é a hora de analisar o candidato e seus parceiros e colaboradores. Um candidato nunca está sozinho. Junto com eles existem pessoas que trabalham para ajudá-lo. Fique atento ao passado do candidato, veja o que ele já fez de positivo para a comunidade, além de ser muito importante conhecer o político que irá te representar pelos próximos 4 anos. É importante, também, analisar as propostas e as promessas de campanha, questionar sobre o plano de governo e o que ele pretende realizar em sua gestão. Porém, que o mais importa é saber votar com consciência e estar ciente de que não irá desperdiçar esse exercício de cidadania.
Vivemos em uma democracia representativa, onde os eleitores escolhem quais pessoas devem representá-los no governo e é por meio do voto que isso acontece. Votar pela primeira vez é participar desta escolha, é exercer a cidadania e se fazer parte dessa democracia. O eleitor tem a chance de escolher por si só quem ele acha competente o suficiente para representá-lo no poder.
Para os eleitores, é importante acompanhar e ter uma noção do que está acontecendo e, a partir disso, analisar as propostas e projetos dos candidatos. Esse acompanhamento dá a oportunidade de escolher o candidato melhor. Os eleitores sabem também que o importante não é saber o candidato certo, mas sim um projeto viável para a cidade e acompanhar a sua realização. É muito importante acompanhar os projetos de cada um dos candidatos, para poder escolher em quem votar, escolher o que apresentar o melhor projeto, aquele que mais se aproxima das nossas necessidades e da realidade. Se o candidato eleito não cumprir, o eleitor deve cobrar ao candidato o que ele prometeu.
O uso destes recursos é muito comum, tanto pelos candidatos quanto pelas pessoas que os apoiam. O eleitor deve tomar cuidado para não ser enganado com jogos de palavras de discursos e falácias, que em um primeiro momento podem parecer muito bonitos e corretos, mas não resistem a uma análise um pouco mais cuidadosa.
O eleitor deve tomar cuidado também com candidatos que utilizam obras de infra-estrutura como método muito comum para angariar voto. Obras são importantes, mas um hospital bem estruturado e equipado não vai curar doenças se não tiver remédios, bons médicos e etc. Uma creche bem construída não vai cuidar bem do seu filho se não tiver professores, instrutores e monitores bem remunerados e formados. Uma ponte bem edificada e com várias pistas não fará seu filho aprender a ler e escrever. No máximo, terá uma opção de deslocamento antes de chegar até a escola.
Escolher um candidato apenas em pesquisas eleitorais pode ser um grave erro. A pesquisa é um instrumento que deve ser utilizado apenas pelos candidatos para auxiliar nas decisões de campanha e estratégias e não como um critério para o eleitor votar em quem está liderando as intenções de voto. Eleger um candidato é apenas o começo. Depois de eleitos, os políticos ocupam cargos públicos por anos e é parte do dever de um eleitor acompanhar o trabalho deles.
Votar em candidato que põe fantasia, que tem nome engraçado, que faz malabarismo, que grita, bate na mesa, que faz musiquinha engraçada, que é “famoso” ou “bonito”, que faz promessas mirabolantes e etc. pode ser também um grave erro. Governar não é o mesmo que atuar em um circo.
Na atual legislação eleitoral é vedada a distribuição de brindes por candidatos e, muito menos, a compra de votos, mas muita gente não sabe disto ou sabe e finge não saber, a prática do chamado ‘jeitinho brasileiro’ de ser esperto. Vender seu voto agora pode parecer um bom negócio, mas a longo prazo você notará que este ato pode sair caro.
Um aspecto interessante a analisar é aquela velha frase “político é tudo corrupto”, como se apenas os políticos fossem corruptos ou se os políticos são um reflexo de nossa sociedade do ‘jeitinho brasileiro’. Não podemos esquecer que os eleitores cidadãos comuns tem também o seu lado corrupto de ser ao dar o famoso jeitinho para ter a lei da vantagem e se dar bem. Os eleitores devem ter uma postura e/ou comportamento de anti-corrupção, de não aceitar vender seu voto em troca de algo e combater a desonestidade, mas refletir sobre nossos valores e procurar um candidato que represente seus anseios.
Tem eleitores que se limitam apenas a se queixar dos políticos e da política. Reclamar somente não adianta. Tem de ir atrás para saber a proposta dos candidatos. Já outros mantém a descrença da política dos políticos, que preferindo o anonimato, se desviando do assunto ‘política’, mas é necessário prestar atenção em quem elegemos para nos representar (seja vereador, prefeito, deputado ou presidente). A responsabilidade do eleitor não reside somente em votar e depois deixar ‘a coisa rolar’. Após as eleições, o eleitor deve sempre estar de olho nos políticos em que votou, mesmo que isto pareça ser um tédio. Assim não corre o risco de colocar no poder alguém que não cumpra suas promessas.
Depois de eleito, o candidato deve ser fiscalizado pela população, afinal, ela o elegeu e ninguém melhor do que ela para cobrar metas, planos e prazos. Atualmente temos uma grande aliada para isso, a internet. Através de redes sociais você pode divulgar os problemas na cidade e, até mesmo, conversar diretamente com alguns candidatos eleitos. Ficar atento às notícias locais é um bom modo de acompanhar a vida pública em sua cidade. A população pode também comparecer às sessões da Câmara Municipal e ver de perto o que está sendo discutido e votado.
É de costume de uma parte do eleitorado deixar para decidir o voto em cima da hora. O eleitor deve valorizar o voto. Há candidatos sérios em todos os partidos que merecem ser avaliados pelo trabalho, pelas propostas e pela história de vida. Ainda existem candidatos movidos pelos nobres ideais de trabalhar em favor da nação, do povo e na sincera intenção de fazer o possível para melhorar as condições de vida da população.
Só desperdiça o voto quem quer, ou melhor, quem não pesquisa antes de escolher seu candidato a prefeito ou a vereador. Com a internet, são vários os caminhos que o eleitor pode trilhar para levantar a ficha do seu candidato. As redes sociais são um bom começo. Quase todos os candidatos investem nelas para divulgar suas mensagens e propostas. Então, não custa nada dar uma olhada nas páginas para ver o que pensa cada um deles. O ideal é fuçar também as postagens mais antigas, já que em tempos de caça ao voto, muitos mudam ou amenizam discursos polêmicos.
O eleitor deve ter a consciência que o voto deve ser valorizado de forma consciente. Votar consciente é algo trabalhoso, pois o voto nas eleições de forma inconsequente pode sair muito caro. O voto em uma democracia é uma conquista do povo brasileiro que deve ser usada como uma arma decisiva que vai decidir o futuro do país. O eleitor que votar em qualquer um pode ter consequências negativas. O voto do eleitor é importante, pois requer consciência, confiança, memória, responsabilidade, disposição e visão do futuro. O eleitor não deve vender seu voto por nada, pois sua consciência vale mais do que qualquer troca de interesses. É tempo do eleitor perceber que o voto faz a diferença.
Rafael Santana/Imagem: Reprodução Google