O governador Rui Costa (PT) tem sido prensado por partidos aliados para conquistar espaço no estado diante da proposta de reforma administrativa em seu governo entre o final de 2016 e o início de 2017.
Um dos partidos aliados ao governo estadual, o PSL, do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Marcelo Nilo, teria pedido ao governador Rui Costa e o secretário de Relações Institucionais, Josias Gomes, para fechar uma secretaria ou algum cargo de envergadura. Marcelo Nilo admite que fez o pedido, mas negou que exigiu para o partido espaço para assumir uma pasta do governo, que, conforme informações, seria a Secretaria de Saúde.
Nilo pretende tentar conquistar um sexto mandato na disputa a reeleição para a presidência da Assembleia Legislativa e, por esse motivo, espera conseguir um espaço com a intenção de buscar apoio do PT para concorrer novamente ao comando do legislativo.
A reforma administrativa vinha sendo cogitada desde o mês de outubro e foi anunciada pelo governador no início de novembro, mas sem detalhes sobre o que estaria sendo planejado. Conforme informações, a pretensão é de criar secretarias para congregar antigos companheiros e ampliar a atuação de partidos aliados para manter a força política do governador.
Conforme já noticiamos, parlamentares de partidos como PP e PSB já se pronunciaram publicamente sobre descontentamentos com a articulação política do petista. Diante disso, Josias Gomes correria o risco de perder o cargo para alguma figura política do PSD, o que foi negado por Rui.
“Soubemos que o governador está fazendo uma reforma, não estabeleceu critério nem disse o que iria ser. Qualquer partido pode ter mais espaço, mas não ficou nada definido. Ele não detalhou qualquer coisa”, declara o deputado estadual Reinaldo Braga (PSL). “Rui está conversando com os partidos, agora vai começar a receber os prefeitos. É a dinâmica normal da política, não tem nenhuma novidade”, garante Braga.
Outra legenda que tenta também um espaço dentro da nova reestruturação no governo do estado é o PR, que em julho indicou José Alves para a Secretaria de Turismo (Setur), ao contrário do deputado federal Nelson Pellegrino (PT). Mas, da parte dos republicanos, há uma certa insatisfação com o atual desempenho do secretário na pasta.
Nomes ainda não revelados
Com o anúncio de uma minirreforma administrativa, Rui Costa (PT) prefere não adiantar sobre os nomes que vão compor o alto escalão do governo a partir de 2017.
“Vamos fazer algumas mudanças agora em dezembro, outras em janeiro, porque devo aproveitar algumas pessoas que estão saindo de mandatos de prefeitos. Vamos reforçar algumas áreas com corpos políticos importantes. Isso fará com que sobre tempo para eu tratar diretamente com prefeitos”, disse o governador.
Segredos à parte, já é noticiado que o ex-governador Jaques Wagner (PT) vai assumir um cargo de importância. Recentemente, ele foi anunciado para a Fundação Luis Eduardo Magalhães (Flem), mas pelo que se comenta, Wagner deve comandar a Agenda Territorial da Bahia (AG-TER).
Outra mudança prevista pela nova estrutura de governo é a substituição do secretário de Relações Institucionais, Josias Gomes, cuja atuação estaria deixando a desejar, de acordo com os aliados do governo insatisfeitos. No entanto, Rui Costa respondeu ao afirmar que a demissão de Josias não está em questão.
Foto: Luciano da Matta/Agência A TARDE