Em repercussão na imprensa no final e no início desta semana sobre o fato que envolve o ministro da Secretaria do Governo, Geddel Vieira Lima (PMDB) que foi acusado pelo então e agora ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero, de ter sido pressionado para autorizar obras do empreendimento imobiliário na Ladeira da Barra, em área tombada pelo Iphan, o vereador Arnando Lessa (PT) fez questão de comentar em entrevista ao TV Servidor na tarde de segunda-feira (21), sobre o caso ao dizer que tem conhecimento do assunto por debater a questão enquanto presidente da Comissão de Planejamento, Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente da Câmara e garantiu que pretende agendar uma reunião do colegiado da Casa para voltar a discutir sobre o fato e seus desdobramentos.
“Eu conheço esse caso quando eu fui presidente da Comissão de Planejamento, Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente. Esse caso chegou para nós e fizemos três tentativas de audiências. A bancada do prefeito ACM Neto na comissão votou contra. Só votou favorável eu e Gilmar Santiago, os cinco outros votos se posicionaram contra o debate. Nós fizemos visitas ao prédio onde identificamos todos os problemas. Portanto, não é um fato novo. Inclusive vamos tentar fazer uma reunião na Comissão para ver se nós retomamos o debate enquanto Câmara sobre o assunto que está nacionalmente sendo debatido do ponto de vista do dano causado ao entorno da Barra com relação a um prédio daquela magnitude em em áreas tombadas em todo o entorno. O prédio em questão tem alvarás da prefeitura, todas as autorizações do Meio Ambiente e da Sucom. Alguém tem que explicar isso por que isso não teve o respaldo do Iphan. Ai se especula uma série de questões: quem são os donos efetivos dessa construtora, quantos apartamentos foram vendidos? Uma série de fatores que a Câmara não pode se ausentar desse debate”, defende.
Quanto a permanência do ministro Geddel no cargo do alto escalão do governo na tentativa de se defender das acusações, Lessa defende a demissão do pmdbista. “A questão da pressão do ministro Geddel é uma questão que deve ser apurada do ponto de vista da ética e das relações de poder e, acima de tudo, da transparência. Ele mesmo assume que fez o “lobby” para que o prédio fosse erguido nas concepções que a construtora recomendou. Por isso que vamos fazer o debate na Comissão, mas independente disso, acho que o Ministério Público Federal e o Ministério Público Estadual devem investigar a denúncia. A Comissão de Ética da Presidência da República se posicionou favorável a apuração da denúncia. Eu acho que ele deveria pedir demissão, mas esse é um ato de vontade dele. Nós repudiamos todos os procedimentos e práticas exercidas pelo ministro”, afirma o petista.
Rafael Santana/Foto: Rafael Santana/TV Servidor