Fechamento de manicômios é debatido na Câmara

Crédito: Reginaldo Ipê/Secom/CMS

A Câmara Municipal de Salvador celebrou o Dia Nacional da Luta Antimanicomial (18 de maio), na manhã de sexta-feira (19), como uma sessão especial presidida pela vereadora Aladilce Souza (PCdoB). A atividade realizada pela Casa há 12 anos, reuniu no Plenário Cosme de Farias dezenas de portadores de transtornos mentais, trabalhadores da saúde, representantes de entidades, do governo estadual e da prefeitura. A sessão contou com apresentação do Grupo Incênicos, formado por membros da Associação Metamorfose Ambulante (Amea).

“Aqui queremos mostrar que as pessoas para se tratar não precisam estar o tempo todo internadas. As internações devem ser curtas e no momento de crise. O nosso esforço é para construir um modelo de atenção em que a pessoa com transtorno mental seja tratada em comunidade, sem perder os laços com suas famílias, seus amigos e seu trabalho. Para isso, o município precisa avançar na construção da rede de Centros de Atenção Psicossocial (Caps) e implantar leitos nos hospitais gerais”, defende Aladilce Souza.

A presidente da Amea, que completa 10 anos em 2017, disse que o fortalecimento dos Caps é uma das maiores necessidades dos portadores de transtornos mentais. “A rede de atendimento descentralizado precisa se organizar. É necessário aumentar o número de Caps no estado, implantar mais Caps 3 (que funcionam 24 horas) e também garantir que eles tenham equipes e medicamentos”, destacou Elisleide Bonfim. Outro pleito da entidade é a implantação de Caps infantis.

Ampliação dos Caps

As discussões ocorridas durante o evento ficaram centradas na necessidade de ampliação dos Caps e a criação de novas unidades de Caps 3 para possibilitar o fechamento dos hospitais psiquiátricos, já previsto em lei. A médica psiquiatra do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia, Mônica Nunes, defendeu o fechamento dos hospitais psiquiátricos e o não internamento dos pacientes. “A ideia do manicômio vem de 400 anos atrás, quando se pensava que o paciente para se tratar deveria ser afastado e não tratado próximo à família. A culpa pelo descaso do estado recai sobre aqueles que são vítimas” disse a psiquiatra.

“Estamos pensando em um modelo de atenção comunitária. A lei antimanicomial vai ser efetivada quando tivermos recursos, equipes e políticas públicas que garantam o atendimento dos usuários numa rede estruturada. O hospital psiquiátrico não pode ser pensado como único dispositivo existente. Temos um grupo de trabalho pensando esse novo modelo” afirmou a diretora de Gestão do Cuidado da Secretaria Estadual de Saúde (Sesab), Liliane Silveira.

A coordenadora do Departamento de Saúde Mental da Secretaria Municipal de Saúde, Teresa Costa, informou que a prefeitura vai implantar dois novos Caps 3 e 10 leitos psiquiátricos no hospital municipal que se encontra em construção. “Apoiamos o fechamento dos hospitais psiquiátricos mediante a implementação da rede de atendimento que será progressiva”, disse Teresa.

A coordenadora do Papo de Mulher, Girlene Almeida, defendeu mais ações voltadas para a geração de renda e inclusão dos portadores de transtornos mentais no mercado de trabalho.

A mesa da sessão especial foi composta também pela representante do Coletivo Baiano de Luta, Tatiana Medeiros; pelo presidente do Sindsaúde, Silvio dos Anjos; pelo representante do Conselho Municipal de Saúde, Marco Antonio; e pelo ex-presidente da Amea, Josueliton Santos.

Fonte: Secom/CMS

 

Sobre Emmanuel

Como me defino? Pernambucano, católico e ANCAP. Sem mais delongas... " Totus Tuus Mariae". "... São os jovens deste século, que na aurora do novo milénio, vivem ainda os tormentos derivados do pecado, do ódio, da violência, do terrorismo e da guerra..." Um adendo: somos dois pernambucanos contra um "não-pernambucano". Rs

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