
Um dos vereadores aliados da base de apoio do prefeito ACM Neto, vereador Maurício Trindade (DEM) tem demonstrado insatisfação por sofrer uma resistência sobre os seus projetos na Câmara.
O líder do governo, vereador Henrique Carballal (PV) acredita que o edil democrata vai rever sua posição. “Maurício é um amigo de muitos anos, tenho por ele muito carinho e uma relação pessoal muito forte. Acho que isso é um arrobo. Maurício, às vezes, tem aquele arrobo da juventude. Creio que ele vai repensar e, no momento certo, ele vai se posicionar adequadamente”, acredita Carballal.
Nas últimas décadas, essa situação não existia na Câmara Municipal. Tem sido assim nesta atual legislatura. O vereador Maurício Trindade é um dos políticos do DEM que tem a responsabilidade de dar também chancela a praticamente todos os projetos de autoria do Executivo.
As últimas votações da Câmara mostraram este cenário. Maurício Trindade quer se abster de votar os projetos do Executivo. Para outros colegas edis, Trindade pode ser taxado de ‘rebelde’.
No primeiro semestre, a prefeitura ganhou nas votações. Todas as propostas do Executivo até então foram aprovadas.
Por outro lado, os partidos que apoiaram ACM Neto na eleição têm formado a “base da base”, núcleo de vereadores mais alinhados com a prefeitura. A divisão entre veteranos e novatos é também notável. Vereadores de primeiro mandato tendem a ser mais disponíveis às orientações do líder do prefeito, já Maurício Trindade pretende se rebelar pelo tratamento que o Executivo tem dado aos projetos do vereador na Casa.
A suposta “rebeldia” do vereador Maurício Trindade não tem impactado a aprovaçao dos projetos do Executivo na Casa. Além disso, a gestão tem mostrado interação para dialogar com os vereadores no sentido de serem prestigiados pela atual gestão.
Para o líder do prefeito na Câmara, Henrique Carballal (PV), a relação entre a prefeitura e os vereadores da base continua sólida na atual gestão, assim como o relacionamento interno entre os vereadores. Na opinião dele, a Câmara está mais independente da prefeitura e a Mesa Executiva tem aberto espaço para os vereadores da base.
O próprio prefeito disse, em inúmeras ocasiões ao longo da gestão, que valoriza a independência do Legislativo e que não iria intervir nas votações. No entanto, se parece haver uma intenção do prefeito em manter a independência dos vereadores, também pesa para alguns, como é o caso de Maurício Trindade, uma suposta “rebeldia” e insatisfação no relacionamento com o Executivo.
Rafael Santana