
Através de uma iniciativa do vereador Sílvio Humberto (PSB), ocorreu na terça-feira (20), no Plenário Cosme de Farias, uma sessão especial em homenagem ao Programa Corra pro Abraço, da Superintendência de Políticas Sobre Drogas da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social do Estado da Bahia (SJDHDS).
“Trata-se de um reconhecimento às realizações do programa, voltadas para pessoas que fazem uso abusivo de drogas e que se encontram em contextos de vulnerabilidade social”, afirma o parlamentar.
O vereador aponta também o racismo como uma variável que não pode ser desvinculada dos contextos sociais onde estão as pessoas que fazem uso abusivo de drogas e que são atendidas pelo Corra pro Abraço. “Sabemos da transversalidade dessa chaga social que é o racismo e da sua fluidez por todas as esferas da vida. Daí a importância do foco do programa nesse público”, defende Sílvio Humberto.
Coordenadora do programa, Jamile Carvalho ressalta que “atuamos com jovens em diversos bairros, dentre eles Nordeste de Amaralina, Plataforma, Fazenda Coutos, Tancredo Neves e Itinga. Uma das nossas estratégias é a redução de danos para pessoas que que fazem uso abusivo de drogas”.
Cursos
Entre segunda e quinta-feira são realizados também cursos profissionalizantes, oficinas e uma série de atividades com equipes multiprofissionais que assistem esse público no Aquidabã, Praça da Mão (Comércio), Baixa do Fiscal, Mares e Pelourinho. “Nós também realizamos atividades de arte e educação”, disse Jamile.
Presente também ao evento, Denise Tourinho, superintendente de Direitos Humanos da SJDHDS, fez comentários sobre a política de combate às drogas nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. “A internação compulsória deveria ser tão somente um recurso terapêutico adotado em situações extremas e muito específicas. Essa internação coletiva e em massa é ilegal e absolutamente inócua”, avalia.
As atividades do programa começaram em julho de 2013 e já foram atendidas mais de 80 mil pessoas.
Beneficiado pelo programa, A.C.C., 37 anos, barbeiro, afirma que começou a usar drogas quando tinha 10 anos. “Comecei com a maconha e fui para drogas mais pesadas, como o crack. Conheci o Corra pro Abraço há quatro anos, no Comércio, na Praça da Mão. Não uso mais drogas e tenho dignidade. E consegui um trabalho”, relata.
Os vereadores Hilton Coelho (PSOL) e Marta Rodrigues (PT) prestigiaram a sessão especial.
A mesa de trabalho foi também composta por Mônica Aragão, defensora pública; César Lisboa, chefe de Gabinete da SJDHDS; Francisco Cordeiro, analista do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC); Vilma Reis, ouvidora-geral da Defensoria Pública do Estado da Bahia; e Josué de Jesus Oliveira, um dos beneficiados pelo programa.
Fonte: Secom/CMS