“Nunca houve convite do PSB a mim e nem eu cogitei isso para o PSB”, diz Leo Prates em entrevista à rádio

Crédito: Lucas Oliveira/TV Servidor

O presidente da Câmara Municipal de Salvador, vereador Leo Prates (DEM), concedeu entrevista à Rádio Itapoan FM na noite de terça-feira (25). O chefe do legislativo municipal discorreu sobre diversos assuntos, entre eles, o governo do presidente Michel Temer, eleições 2018, relação com o prefeito ACM Neto, especulações sobre ida ao PSB, o balanço do primeiro semestre com os trabalhos desenvolvidos na Câmara em sua gestão e os projetos votados no plenário.

Provocado se é aliado ou não do presidente Michel Temer, Leo Prates declarou em entrevista que o pmdbista assumiu a presidência após Dilma Rousseff sofrer o processo de impeachment em cumprimento ao que prevê a Constituição.

“Quem votou em Michel Temer não fomos nós. Quem votou em Michel Temer, constitucionalmente, foi quem elegeu a ex-presidente Dilma Rousseff. Eu não votei na chapa Dilma – Temer, eu votei em outra chapa”, disse Prates, que manifestou o desejo político que o DEM tenha candidato nas eleições de 2018.

Durante a entrevista, perguntado, desta vez, se ACM Neto é aliado ao presidente Michel Temer, Leo Prates disse que o prefeito “dá sustentação e governabilidade ao Brasil”. “Isso não quer dizer que ele caminhará nas eleições. Tem muita gente enciumada porque o DEM está se robustecendo. O meu desejo pessoal é que o DEM tenha candidato nas eleições de 2018. Claro que isso depende de uma série de circunstâncias e fatores, não só da minha vontade”, deseja Prates, que voltou a frisar: “o DEM está dando sustentação e govenabilidade ao Brasil”, frisa Prates sem querer entrar na discussão se há ou não aliança.

“O sonho de qualquer agremiação partidária é ter o seu candidato”, completa Prates, que já adiantou alguns nomes como possíveis candidatos a presidente em 2018, entre eles, o prefeito ACM Neto, o senador Ronaldo Caiado e o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia.

O democrata disse que apoia o nome que “o partido entender que for melhor, porque é uma construção coletiva”. “A minha ideia é que nas eleiçoes de 2018, o Democratas deve ter candidato a presidente, assim como todos os partidos querem”, reitera.

Em relação ao seu futuro político como provável candidato à deputado estadual, Prates disse que ainda não se definiu sobre este pleito. “Eu não me defini. O meu desejo pessoal hoje é ser um bom presidente da Câmara. 2018 a gente trata em 2018”, disse.

Caso decida em se candidatar a deputado estadual em 2018 e escolher um postulante na disputa pela presidência da Assembleia Legislativa, Leo Prates disse que se entrar no pleito pode votar no che do legislativo municipal e votar também no chefe do legislativo estadual, pois conforme Prates, há uma anomalia no trâmite das duas casas legislativas que permite essa dualidade. “Marcell Moraes se elegeu deputado estadual e ainda naquele ano de 2014 para 2015 votou em Paulo Câmara prara presidente da Câmara, e depois, ele renunciou. Heber Santana votou em mim para presidente da Câmara, renunciou e foi para Assembleia”, exemplifica Prates.

Ao responder à indagação de um ouvinte sobre a disputa com o vereador Paulo Câmara (PSDB) à presidência da Câmara, o atual chefe do legislativo municipal disse que o tucano foi um bom presidente. “Eu tenho tranquilidade em falar. Sempre disse que Paulo Câmara foi um bom presidente, respeito muito ele, não lutei pra derrubar ninguém, não faço isso na minha vida, não tenho essa conduta. Lutei sim por um projeto que a gente denominou de ‘Câmara Democrática'”, responde.

Ao mencionar o projeto denominado de Câmara Democrática como parte da sua gestão à frente do legislativo, o presidente Leo Prates informou os trabalhos desenvolvidos na Casa, fruto de compromissos assumidos no dia 29 de outubro de 2016 com toda a sociedade. “Nós estamos já no 12° compromisso que nós faremos. Anuncio que no dia 10 de agosto, nós reabriremos durante todo o dia a porta principal da Câmara a pedido dos vereadores da oposição para promover a aproximação com a população. Além disso, a Câmara Itinerante nos bairros. Agora, em agosto, estamos indo ao bairro de Cajazeiras, levando a sessão da Câmara Municipal. Nós temos ainda a Ouvidoria Itinerante. A minha linha estratégica da nossa gestão é de aproximação com o cidadão”, informa Prates.

Provocado se vai ou não para o PSB, Leo Prates disse que a informação não passa de especulação. “Toda essa especulaçao é oriunda de dois fatos, que isso eu não nego e nunca neguei a ninguém. Primeiro, uma ligação e o surgimento da minha militância política muito vinculada aos setores da esquerda. Eu costumo me definir como político de centro. Acho isso natural. E o segundo fato foi que, realmente, eu fui um dos incentivadores ao Democratas em apoiar Bebeto Galvão a candidatura a prefeito de Ilhéus no ano de 2016, e disso, uma grande parte de base de Bebeto Galvão aqui em Salvador me apoiou e isso criou uma amizade fraternal com o grupo do Bebeto Galvão e acabou também se aprofundando com o apoio que recebi e agradeço ao vereador Sílvio Humberto e ao PSB a quem agradeço a senadora Lídice da Mata. Nós nunca tivemos essa conversa, nem de eu ingressar no PSB e nem o PSB me convidar. Na política, não digo possibilidade zero, mas eu digo o seguinte: nunca houve convite do PSB a mim e nem eu cogitei isso para o PSB. Claro que a minha primeira condição pra ingressar pra qualquer projeto seja ele partidário é que haja convergência com o projeto do prefeito ACM Neto a quem devo minha carreira política e sempre disse isso alto e claramente, a quem eu sou grato por todas as oportunidades que tive na política”, disse.

Ao falar sobre relações com o deputado federal Lúcio Vieira Lima (PMDB) e o possível nome do pmdbista como vice-governador em uma possível chapa majoritária, Leo Prates disse que tem amizade e profunda admiração com Lúcio, mas que não pode falar por ele. “O deputado Lúcio Vieira Lima é meu amigo, é uma pessoa que tenho a mais profunda admiração e carinho. Acho ele um ser humano sensacional. Quero dizer que politicamente, só quem pode dizer é o deputado Lúcio. Eu não posso ter um nome pra vice se não há candidato pra governador. Se ACM Neto disser que é candidato, a gente passa a discutir a chapa. Eu não vou entrar em especulação enquanto o candidato a governador não disser: eu sou candidato. A gente não tem discussão de chapa enquanto não tiver candidato a governador”, disse.

Em relação a um possível desentendimento com o líder da oposição, vereador José Trindade (PSL), na sessão de votação do projeto de desafetação de 33 terrenos públicos de Salvador, o presidente Leo Prates esclarece os questionamentos feitos por Trindade sobre pedido de Questão de Ordem durante a sessão.

“Ele ficou conversando comigo na sessão. Ele se zangou porque ele entende, pela interpretação dele do Regimento Interno, de que Questão de Ordem pode ser utilizada quantas vezes o vereador quiser e que os vereadores podem repetir a mesma Questão de Ordem. O que diz o Regimento? Questão de Ordem é dúvida, é tirar dúvida. É impossível que o ser humano, os 10 membros da oposição tenham a mesma dúvida e tenham que usar a palavra 10 vezes para tirar a mesma dúvida. A minha opinião é que a Questão de Ordem é para tirar dúvida, como deve ser, de tirar as dúvidas como determina o Regimento, porem, que o presidente tenha, como determina o Artigo 35, poder para não dar mais a Questão de Ordem se perceber que a Questão de Ordem esá sendo utilizada pra obstruir a sessão e a votação”, esclarece.

Prates fez um levantamento que aponta que, por sessão, há uma média entre 3 e 4 Questões de Ordem no conjunto dos vereadores. “Quando chegou a sessão de votação, na abertura da sessão de votação, já tinha 12 Questões de Ordem, 9 só do vereador Trindade e disse a ele que não daria mais Questões de Ordem. Percebi que ele estava utilizando um instrumento legítimo para obstruir a sessão, já que tinha diversos instrumentos, como tempo partidário, o tempo de discussão das matérias e eu não estava conseguindo entrar na votação. O vereador Trindade, tendo outra compreensão, se exaltou, mais nada demais, problema zero”, esclarece.

“Eu tenho muito respeito pela atuação do vereador Trindade e as considerações que eu tinha que fazer, fiz diretamente a  ele. Conversei com ele bastante, mas cada um sabe da sua atuação”, disse.

Ao entrar no lado pessoal e na aproximação com Geraldo Júnior, Leo Prates fez uma confissão ao contar que sua mãe o chama de Leonardo “quando está muito chateada” e que o secretário da Semtel o chama de “Leozinho”. “Chama de Leozinho. Eu estou em casa, ai chega Geraldo Júnior e fala Leozinho para lá, Leozinho pra cá e me abraça e tira foto”, conta.

Geraldo Júnior é trabalhador, tem feito um grande trabalho na Secretaria de Esporte e Lazer, mas, de tanto trabalhar, não tem feito esporte”, brinca Prates.

Questionado sobre a Câmara não ter participado do termo de Ajuste de Conduta do Ministério Público da Bahia (MP-BA) sobre o projeto de desafetação ao ter transferido a responsabilidade para a prefeitura, Leo Prates respondeu que o MP tinha uma série de recomendações, sendo a maioria delas sobre a questão dos leilões. “O MP tinha uma série de recomendações. 97% das recomendações que tinha é muito mais sobre os leilões. Eu até vi. Não tinha outro inquérito. Quando eu fui ler, era inquérito admnistrativo que o MP vai acompanhar todos os leilões das áreas desafetadas pela prefeitura. Eu acho, inclusive, que é um avanço para a cidade do Salvador. Eu acho que isso é extremamente positivo. Há recomendações, por exemplo, de onde serão utilizados os recursos. Não cabia a nós naquele momento e nem nós fomos convidados a assinar o TAC. Foi um TAC entre o Ministério Público e a Prefeitura. Quero dizer que com o Ministério Público tenho uma relação muito respeitosa”, disse Prates que completou: “Estarei com a promotora Rita Tourinho, discutindo sobre o concurso público da Câmara, que eu quero até o final de agosto, está contratando a empresa e anunciando a empresa que vai fazer o concurso”.

Na possível briga entre Otto Alencar e ACM Neto sobre quem conhece mais o Estado da Bahia, Leo Prates disse que como presidente do Legislativo tem se preservado de certas posições. “Eu, como presidente da Câmara, tenho tomado todos os cuidados. Geraldo Júnior, Paulo Magalhães Júnior, e Joceval Rodrigues têm sido conselheiros nessa construção. Eu tenho uma questão de foro íntimo, mas como presidente da Câmara, o PSD foi um dos partidos mais importantes e o senador Otto Alencar nos ajudou bastante na questão da conversa com o partido e com o professor Edvaldo Brito para a formação da nossa chapa. São dois grandes homens públicos e acho que as divergências são naturais do proceso democrático. O senador é meu amigo. O filho dele também, com quem me dou muito bem. Gosto muito do senador Otto Alencar, uma pessoa que nesse processo para a presidencia da Camara, ampliou a minha admiraçao e carinho que tenho por ele”, elogia.

Rafael Santana

 

Sobre Emmanuel

Como me defino? Pernambucano, católico e ANCAP. Sem mais delongas... " Totus Tuus Mariae". "... São os jovens deste século, que na aurora do novo milénio, vivem ainda os tormentos derivados do pecado, do ódio, da violência, do terrorismo e da guerra..." Um adendo: somos dois pernambucanos contra um "não-pernambucano". Rs

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