Governo e oposição apresentam estratégias para votação de denúncia da PGR contra Michel Temer na Câmara dos Deputados

Crédito: Antonio Augusto/Câmara dos Deputados

Na véspera da votação da denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR) contra o presidente Michel Temer por corrupção passiva, o ambiente na Câmara dos Deputados, palco da apreciação da medida, era de correria e concentração de parlamentares em reuniões para definição de estratégia.

Governo e oposição já tem uma linha de atuação definida. A base de Temer se diz confiante. Ela, no entanto, tem discursos diferentes. Enquanto há deputados que garantem mais de 280 votos favoráveis ao arquivamento da denúncia, outros dizem que este número está entre 200 e 220.

Considerado um integrante da tropa de choque de Temer, o deputado Alceu Moreira (PMDB-RS), garante que o governo sairá vitorioso nesta quarta, 2, e jogou para a oposição a necessidade de assegurar quórum para votação da denúncia. “Se querem ver o Brasil caminhar e não ficar parado discutindo o mesmo assunto, que compareçam à votação amanhã. Não podemos eternamente debater a questão”.

Quem acredita também que haverá a votação nesta quarta é o vice-líder do governo e líder do PR, José Rocha (PR-BA). O deputado baiano acredita que o governo deverá ter aproximadamente 250 votos. Na conta do parlamentar estão todos os colegas do PSD, PMDB e PP, legendas que fecharam questão em favor de Temer.

José Rocha, no entanto, deixou claro que só haverá quórum mínimo se houver participação da oposição. “ O governo fará de tudo para colocar todos os seus deputados da base em plenário. Mas se a oposição fizer obstrução, realmente não vai ter votação”.

Ainda pertencente á base aliada ,o PSDB não decidiu a posição em relação à medida. Conforme o líder do partido, Ricardo Trípoli (PSDB-SP), a sigla terá uma reunião ainda nesta quarta para decidir como será a atuação nesta questão. Há muitos parlamentares que publicamente definiram seu voto em favor da denúncia, especialmente àqueles com pouco tempo de legenda ou mais jovens, chamados de cabeças pretas.

O Democratas é outro partido que não havia definido uma estratégia sobre a denúncia. A tendência é que a sigla oriente em favor de Michel Temer, mas libere a bancada para votar contra ou favor. Mesmo procedimento deverá seguir o Solidariedade, que não fechará questão com o governo. Na legenda, pelo menos 5 dos 14 parlamentares deverão votar contra presidente da República.

Oposição

No jogo de embates, a oposição também marcou presença. Deputados contrários a Michel Temer asseguram que o governo não tem condições de conseguir 342 parlamentares para abrir a votação da denúncia.nesta quarta.

Apesar do discurso uníssono da votação em favor da denúncia da PGR, a oposição está dividida em relação a melhor estratégia para usar na votação da denúncia. O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) adiantou que o PSOL, Rede e PDT não ajudará o governo a obter quórum.

“Vamos estar presentes, no Salão Verde, vamos estar dentro da sessão. Agora, não vamos fazer o jogo do governo para engavetar a denúncia. Nós queremos a investigação. Se investigar, significa amanhã não dar o quórum, não daremos. Não temos esse compromisso”.

O parlamentar do PSOL foi também enfático nas críticas ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia. Ele o criticou por ter mudado as regras do jogo em relação ao trâmite para votação desta quarta.

“É unânime o repúdio ao rito do Rodrigo Maia. Eles querem fazer um rito sumário. Abre a sessão, quando atingir o quórum de 257, votam o encerramento da discussão e com maioria simples podem ganhar. Pode acontecer o absurdo de ter 10 ou 12 discutindo a matéria e encerrar a discussão. Foi imposto ainda que não haverá tempo de liderança. Nunca vi isso na história da Câmara. Só haverá orientação de bancada, com um minuto para cada partido. Mas para isso ele precisa de 342 parlamenatares. Não seremos nós que vamos facilitar”.

O PT foi outro partido que anunciou repúdio ao rito definido por Maia e também resolveu fazer obstrução. “Não conseguimos entender porque ele quer cercear o debate, impedir a fala da acusação, evitando que tenhamos um debate aprofundado e que a população possa assistir essa votação no horário da noite, entre 18h da tarde e 22h da noite”, afirma o líder do partido Carlos Zaratinni ao responder às declarações de Rodrigo Maia que disse mais cedo que gostaria de definir toda a situação até o fim da tarde desta quarta.

O partido, contudo, visualiza na possibilidade dos governistas abrirem a sessão com 257 deputados para começar e encerrar as discussões, uma possibilidade de aferir a real força do governo em plenário.

Fonte: Estadão Conteúdo

 

Sobre Emmanuel

Como me defino? Pernambucano, católico e ANCAP. Sem mais delongas... " Totus Tuus Mariae". "... São os jovens deste século, que na aurora do novo milénio, vivem ainda os tormentos derivados do pecado, do ódio, da violência, do terrorismo e da guerra..." Um adendo: somos dois pernambucanos contra um "não-pernambucano". Rs

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