
O vereador Felipe Lucas (PMDB) nega que tenha agredido a vereadora Aladilce Souza. A confusão aconteceu durante a reunião do Colégio de Líderes da Câmara na terça-feira (8) após um desentendimento entre os dois sobre os atos ofensivos de vandalismo contra a entrega do título de cidadão soteropolitano ao prefeito de São Paulo, João Doria, na noite de segunda-feira (7), quando sofreu ataques e foi atingido por ovos por manifestantes, ato que, conforme o pmdbista, teria sido supostamente organizado pela comunista.
Diante da versão de ter sido acusado de ter colocado o dedo no rosto de Aladilce, à imprensa, Felipe rebate ao dizer que somente falou de uma maneira firme com a vereadora. “A gente estava na reunião do Colégio de Líderes e nesse momento, presidente da Casa pediu que ninguém trouxesse o assunto do vandalismo por conta exatamente de tentar cumprir uma agenda que não cabia a esse assunto naquele momento. Eu assim fiz de maneira democrática como sempre busco ser e fazer. Acatei o pedido do presidente porque era maioria que está querendo também desejando isso e no final, por um lapso, não sei porque exatamente, ela levantou a voz e disse que precisava se pronunciar, que estavam tentando culpar ela, que ela não sabia o que estava acontecendo, não tinha noção do que tinha acontecido e que ela não tinha nada a vez com isso. Eu naquele momento, de fato, fui um pouco firme na minha colocação e disse que ela precisava, no mínimo, assumir as atitudes que ela, como parlamentar, estava sendo hipócrita e que estava, sem dúvida, marginalizando a política com essas atitudes. Revoltado com o que havia acontecido, levantei da mesa, sair e deixei os vereadores lá , terminando a reunião. Essa foi a minha atitude, faria se fosse alguém do sexo masculino, não tem nada a ver,com sexo, cor e raça. Minha indignação foi uma discussão política natural do processo. Aqui, somos parlamentares, a democracia existe. Então, não houve. O que ela está tentando fazer é se vitimar e insistir no assunto para tentar ofuscar o que ela trouxe para a classe política como um péssimo exemplo. Ela, que é educadora, trazer um exemplo péssimo desse é realmente triste e deixa a gente muito infeliz”, relata o vereador.
Conforme o vereador, não existe prova da agressão e, no momento acalorado, apenas reagiu às provocações da vereadora ao falar de maneira firme. Após o desentendimento, o pmdbista deixou a reunião ao sair da sala. “Ela está tentando se vitimar e sair desse cenário que, de maneira proposital, ela entrou e convocou vândalos e as pessoas que vinhessem para frente da Câmara quebrar patrimônio público, atirar ovos nas pessoas como aconteceu. Um absurdo, continuo achando um absurdo, continuo indignado e entendendo que essa política é ultrapassada, mofada e a gente não pode jamais prostituir a política mais do que hoje está sendo considerada. É querer marginalizar a nossa política. Eu me senti e ainda estou bastante envergonhado com essa atitude por parte de alguns colegas de oposição, mas é natural do jogo e o que a vereador Aladilce tenta agora é se vitimar, se colocar de vítima no processo e tentar reverter um cenário e um problema que ela mesma trouxe pra ela. Isso é uma tentativa baixa de querer distorcer a situação, passando o problema para a mão de outra pessoa e se vitimar. É isso que ela está tentando fazer”, classifica Felipe.
Para negar a agressão, o vereador mencionou também o fato de ser casado e ter uma filha. “Eu não tenho muito o que dizer a não ser que sou casado, tenho uma esposa que amo muito, tenho uma filha linda e maravilhosa de 8 anos e está vindo mais uma filha na minha vida. Quem me conhece sabe que os amores da minha vida. Quem, me conhece, sabe. A minha vida é com as duas mulheres as quais eu convivo e não tem a mínima chance de Felipe Lucas pensar e nem cogitar a ideia de ser agressivo com alguém do sexo feminino ou coisa parecida”, conta.
O vereador disse ainda que os vereadores da oposição declararam por unanimidade voto favorável a entrega do título de cidadão soteropolitano ao prefeito de São Paulo, João Doria, e que a decisão consta registrado em ata sem apresentação de prova cabal contra a homenagem.
O fato pode ter gerado uma crise política entre governo e oposição instaurada após os atos ofensivos de vandalismo ocorridos na noite de segunda-feira em frente à Câmara Municipal.
Rafael Santana