
A defesa de políticas públicas que ofereçam às mulheres melhores condições com iniciativas para estimular a prevenção e tratamento do câncer de mama e para enfrentamento e combate à violência contra a mulher foi tema de palestra durante o encontro do PTB Mulher Bahia na noite de quinta feira (26), no Edifício Convention Center, no Cidadela, em Salvador. O evento faz parte das ações do movimento feminino do partido no Estado, que está fortemente engajado na campanha do Outubro Rosa, com atuação na maioria dos municípios com o apoio de lideranças políticas femininas regionais de várias partes do Estado. Durante o encontro feminino do partido, a presidente do PTB Mulher na Bahia, Taíssa Gama, deu posse à Tia Cris como nova presidente do PTB Mulher de Salvador, mulher de luta que milita em causas sociais na comunidade que representa.
Sob o comando de Taíssa Gama, o encontro que faz alusão a campanha Outubro Rosa contou com a participação do ex-deputado Severiano Alves, que agora faz parte dos quadros do partido, a nova presidente do PTB Mulher de Salvador, Tia Cris, a psicóloga Maria Auxiliadora Alves, a voluntária Maristela Viana Maciel que atua em campanha de prevenção ao câncer de mama, após ter sido acometida pela doença, além de outras lideranças do partido que se reuniram para debater ações de divulgação e fortalecimento da campanha de prevenção ao câncer de mama e enfrentamento e combate a violência contra a mulher. Os convidados compareceram ao evento para manifestarem apoio e engajamento em torno da proteção e promoção da saúde da mulher, uma das principais bandeiras da gestão de Taissa Gama na presidência do movimento feminino do PTB no Estado.
Taissa Gama destacou a capacidade de mobilização do PTB entre as mulheres através de suas filiadas. De acordo com Taissa, o partido possui o maior movimento político feminino do Brasil. “A gente faz ações como essa de reunir mulheres e lideranças femininas de toda Salvador e de toda a Bahia com vereadoras e liderancas do partido que levam a mesma ação para suas localidades. O PTB é o partido que tem o maior movimento político feminino do Brasil. A gente é bem engajada nessa luta da mulher, não só de levantar bandeira e dizer que a gente quer um espaço dos homens, mas a gente trabalha por isso. A gente está aqui mostrando, mais uma vez, o que a gente veio fazer”, destaca Taíssa.

Taíssa promoveu palestra sobre prevenção ao câncer de mama em que enalteceu a importância do Outubro Rosa no cuidado a saúde da mulher, reforçou a necessidade da prevenção e conscientização para combater a doença e disse que a campanha deve ser cada vez mais fortalecida. Conforme Taissa, quando o câncer de mama é diagnosticado em fase inicial, aumenta-se as chances de cura. Ela aponta que os índices da enfermidade são altos no Brasil, mas, o segredo está na prevenção. “O evento é para chamar atenção das mulheres sobre a importância da prevenção ao câncer de mama e do câncer de colo de útero. A gente passa informações para essas lideranças femininas para elas levarem para suas comunidades. O importante é que a detecção ao câncer de mama não é uma sentença de morte. Quanto mais cedo detectar e começar o tratamento, mais fácil será a cura”, resume a presidente do PTB Mulher na Bahia.
A voluntária Maristela Viana Maciel lembrou em seu depoimento emocionado e marcante que a maioria das mulheres não tem tempo ou nem se lembram de cuidar da própria saúde, o que a motivou em participar da campanha de conscientização e prevenção à doença. “O câncer de mama apareceu em 2010. Eu sou mastectomizada e eu tive antes um câncer na tireoide e resolvi fazer esse trabalho voluntário, batendo de porta em porta, perguntando se queriam que eu me apresentasse e fizesse esse trabalho. Quando eu chego a frente e falo que sou mastectomizada, as pessoas sentem que eu não tenho a mama, mas eu sobrevivi ao câncer e elas podem também se elas fizeram o exame cedo. Esse é o meu trabalho diário durante o Outubro Rosa. Eu fico feliz de está neste encontro auxiliando junto com a nossa querida Taíssa. O câncer de mama não é só das mulheres, o câncer de mama é também dos homens. São 57.969 mulheres que serão diagnósticas com câncer esse ano e dentro desse número, 11.206 morrerão e 181 homens morrerão também este ano com câncer de mama. É um número muito grande e eu espero que se eu conseguir que uma pessoa me ouça e vá fazer os exames, pra mim, o meu trabalho está sendo feito”, disse.
Para a voluntária, que atua todos os anos na campanha do Outubro Rosa de prevenção ao câncer de mama, todas as ações são válidas. “Quanto mais projeto, atitudes e quanto mais pessoas se unirem a essa causa, é sempre bem vindo por que o câncer está matando. Esse ano, são 600 mil novos casos de câncer. É um número muito grande. Antigamente, as mulheres eram acometidas com câncer aos 50 anos da idade pra cima. Hoje, com 35 anos pra baixo, as mulheres estão morrendo com câncer de mama. Isso é muito triste. Quando todos se unirem em um só ideal de que nós mulheres precisamos sim sermos olhadas com amor, isso é muito benéfico e muito bem vindo”, acredita.
Sem perder a fé, Maristela deixou uma mensagem de encorajamento e de esperança para as mulheres que passam pela mesma situação. “Nunca perca a sua fé. É o que me mantém viva. A fé que eu tenho. Já fiz 12 cirurgias e continuo viva. Eu tenho muita fé. O câncer é triste e silencioso. Ele causa dores quando já está em uma fase muito adiantada e, geralmente, já está em fase final. Continue com fé e cada dia viver com fé e com esperança. A gente não sabe o dia que a gente vai morrer. A gente reza para que o amanhã seja melhor, mas infelizmente essa doença é muito letal, muito veloz e muito silenciosa”, descreve.
Câncer de Mama / Embora a mobilização em prol do Outubro Rosa cresça a cada ano, ainda há muito que fazer para que os casos de câncer de mama diminuam entre as brasileiras. De acordo com Instituto Qualicare, o câncer de mama é o segundo mais frequente no mundo e o mais comum entre as mulheres. Todos os anos 22% dos novos casos de câncer são mama. As taxas de mortalidade continuam elevadas, e mesmo com as campanhas de conscientização, como é o caso do Outubro Rosa, a doença é ainda diagnosticada em estágios avançados.
Violência contra a mulher / Além de saúde da mulher, o evento contou também com a palestra da psicóloga Maria Auxiliadora Alves que atua no enfrentamento e combate a violência contra a mulher. A psicologa apresentou e destacou ações ligadas ao tema. “Eu não acredito que que a violência esteja crescendo. Eu acredito que as mulheres estão tomando uma nova consciência e reconhecendo que um ato que antes ela julgava ser, por exemplo, de ciúme, hoje, ela percebe que é uma violência psicológica. O objetivo principal é trabalhar não só na atenção quanto à violência que já ocorreu, mas também com a prevenção. Nós temos serviços voltados para às mulheres em situação de violência doméstica e familiar no Centro de Referência Lorena Valadares que tem como objetivo acolher essas mulheres encaminhadas ou não onde elas podem chegar de forma espontânea e nós vamos trabalhar, fazendo com que essa mulher se perceba em situação de violência e possa sair e romper essa situação. O Loreta também trabalha muito com a questão do empoderamento. Nós sabemos que um dos motivos dessa questão da violência da mulher não romper ou, até mesmo, retormar para o agressor é justamente a questão socioeconômica. Nós nos preocupamos muito nesse aspecto. Para isso, nós temos curso de empreendedorismo e também outros cursos como yoga, defesa pessoal, biodança, grupo terapêutico para questão emocional, que é de extrema importância, pois normalmente essas mulheres chegam em uma situação crítica emocionalmente falando. O outro serviço é a Casa de Acolhimento provisório onde acolhemos mulheres em uma situação mais grave. Neste caso, ela precisa do boletim de ocorrência que não precisa mais retornar ao convívio e existe o rompimento da questão familiar e social. Nessa Casa, a gente disponibiliza por 15 dias em que a gente trabalha a questão da violência como foco, a questão de cidadania e dos direitos dela conforme a Lei Maria da Penha e o outro serviço que é jurídico com medida protetiva de urgência. Nos serviços, a gente dispõe de uma equipe de excelência que é composta por psicólogas, assistentes sociais, pedagoga, advogada plantonista e a Casa funciona 24 horas ininterruptas para o acolhimento dessas mulheres”, destaca.
A especialista comentou sobre a eficiência das políticas públicas, das redes de proteção e a Lei Maria da Penha no enfrentamento e combate a violência contra a mulher. “Se a gente começar pela Lei Maria da Penha com a PLC 7/2016 aonde dá a concessão para que o delegado possa pedir a medida protetiva de urgência, ele tem um prazo de 24 horas para comunicar ao juíz e ao Ministério Público. Isso vai facilitar muito, porque quando essa mulher entra para a Casa de Acolhimento, ela só pode sair mediante a medida protetiva de urgência. Nós já tivemos mulheres na Casa que ficaram 30, 35, 40 dias aguardando essa medida protetiva. Essa PLC foi aprovada no Senado e foi para sanção do presidente da República. Claro que diverge. Tem linhas que acham que não, que só cabe ao juiz determinar, tem outros que acham que após o boletim de ocorrência muitas coisas poderiam ser resolvidas ali, que é o que nós acreditamos. Quanto às redes de proteção à mulher, precisamos fortalecer essa rede. Estamos empenhados nisso e temos feito diversas reuniões com o Ministério Público, Defensoria Pública, Desembargadora, a juíza das três varas, as DEAM’s de Brotas e de Periperi, Casa abrigo. Nós estamos abertos para que essa rede se fortaleça e faça valer as políticas públicas à essas mulheres. Nós temos a nossa presidente Taíssa Gama e o deputado Benito Gama que têm nos dado todo o apoio e o apoio deles só tem a acrescentar”, defende.
Conforme Taissa, a intenção é quebrar a burocracia com essa nova lei. “É muito importante, porque a gente fica passando de um poder para o outro, no caso, o judiciário para o executivo e isso vai está ajudando bastante o trabalho dos próprios delegados, o nosso trabalho, porque diminui o risco dessa mulher dentro da Casa e de nossa equipe tambem que está com ela. Essa desburocratização está ajudando muito, facilitando o nosso trabalho”, reforça Taissa.
Posse / Durante o encontro feminino do partido, a presidente do PTB Mulher na Bahia, Taissa Gama, deu posse à Tia Cris como nova presidente do PTB Mulher de Salvador, mulher de luta engajada em causas sociais na comunidade onde representa.

Ao tomar posse como presidente do movimento feminino do partido em Salvador, Tia Cris destacou o compromisso de fortalecer a atuação do movimento para levar as ideias do partido às mulheres e dando oportunidades para que elas sejam ouvidas e possam ser protagonistas. “Estou preparada, até porque eu já venho de uma luta e de uma militância há mais de 20 anos dentro da minha comunidade. Estou no partido para somar junto com Taíssa Gama e o PTB de Salvador. Meus projetos são de combate a violência contra a mulher, lutar para diminuir esse índice de violência. Eu quero que o PTB me dê as armas para que eu possa lutar dentro da minha comunidade e em toda Salvador”, disse Tia Cris.

Na oportunidade, Tia Cris falou da importância da renovação e destacou a inserção de mulheres como líderes de partidos políticos. “O que me incentivou ao partido é o trabalho que Taissa Gama tem desenvolvido com as mulheres junto com a juventude. Eu faço esse trabalho dentro da minha comunidade. Juntas somos mais fortes. Vamos lutar pelo empoderamento total das mulheres não só de Salvador, mas de toda a Bahia”, acredita a nova presidente do PTB Mulher de Salvador.
O ex-deputado Severiano Alves prestigiou também o encontro das mulheres. Severiano, que agora faz parte dos quadros do PTB, ressaltou o engajamento e o empoderamento feminino incentivado e é estimulado pelo partido. “Acho que nós temos que respeitar a Constituição. Na medida em que a Constituição diz que todos são iguais perante a lei, independente de raça, sexo e outras questões sociais, a mulher tem que fazer o que está fazendo mesmo, buscando o seu espaço político, que a cada dia está crescendo, é na presidência da República, é na Câmara Federal, é no Senado da República, na Assembleias Legislativas, nas Câmaras Municipais, nas Prefeituras. A mulher está ocupando seu espaço, que é um direito constitucional”, ressalta Severiano.
Rafael Santana