Artigo: Uma luta de todos

Crédito: Mathias Jaimes/TV Servidor

Não é preciso ser negro para sentir e se indignar com os horrores da escravidão e as atuais consequências resultantes deste processo:  o racismo, a maioria carcerária e as desvantagens econômicas e trabalhistas dos negros são algumas delas.

Não se pede compreensão, nem se apaga a história. Há, claramente, uma dívida que, durante séculos, foi aumentada a cada chibatada, a cada gota de sangue derramado, a cada estupro rotineiro e cada segundo de privação de liberdade… E o valor resultante dessa soma é incalculável.

Se o racismo é cultural, então nada mais óbvio que combatê-lo ser uma luta de todos: brancos, negros, pardos, índios, todos. Não podemos deixar que as futuras gerações internalizem valores tão torpes e repitam ações opressoras e discriminatórias.

A nossa mestiçagem não nos permite a omissão, nem que deleguemos a luta de combate ao racismo somente aos negros. E quando constatamos a força de um povo que, em pouco tempo de “libertação”, conseguiu se reerguer, retomar suas tradições e ocupar lugares de destaque em todas as áreas de atuação, é que podemos perceber, de uma vez por todas, o quanto é urgente que ceifemos essa maldição da nossa sociedade.

O racismo insiste em perambular entre nós. Ainda que capenga, ele insiste em ficar de pé e se fantasia de piadas, de letras de música, de falsas aceitações, de padrões de beleza… Mas não adianta, é muito fácil reconhecê-lo. Acontece que, mesmo aleijado, o racismo só cairá com uma rasteira conjunta.

É preciso saber o que há por trás do racismo, coisa que muitos não fazem, insistindo em lavar as mãos com a lama da indiferença; mas qualquer pessoa revestida do mínimo de empatia, de decência e de dignidade, sabe que ele é real, presente e constante e que o esforço para o eliminar envolve todos nós, porque não há isentos deste mal.
É longo o caminho que nos levará a uma sociedade em que homens e mulheres sejam apenas homens e mulheres, orgulhosos de suas culturas e origens, mas sem se polarizarem, porque – que me permita Bob Marley – ou abandonamos a filosofia que mantém uma raça superior à outra, ou tudo será guerra.

Vereador Felipe Lucas (PMDB), vice-presidente da Comissão de Educação, Esporte e Lazer

 

Sobre Emmanuel

Como me defino? Pernambucano, católico e ANCAP. Sem mais delongas... " Totus Tuus Mariae". "... São os jovens deste século, que na aurora do novo milénio, vivem ainda os tormentos derivados do pecado, do ódio, da violência, do terrorismo e da guerra..." Um adendo: somos dois pernambucanos contra um "não-pernambucano". Rs

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