Em relação ao crime de feminicídio contra a jornalista Daniela Bispo, de 38 anos, cometido pelo seu companheiro enquanto estava em seu local de trabalho em uma empresa de Call Center no quinto andar do Edifício Catabas Empresarial, o vereador Kiki Bispo (PTB), que é também advogado, manifestou indignação e repugnação ao ato de violência que culminou na morte da jovem.
O vereador considera que o crime contra a jornalista é o reflexo de uma política falida de segurança por parte do governo do Estado.
“Fiquei chocado com o caso noticiado nesses últimos dias pela imprensa. Um ato repugnante que é o reflexo da política falida de segurança pública do governo do Estado. Infelizmente, em 11 anos de governo, caminhando pra 12, o governo do Estado não conseguiu dar um norte a política de segurança, e o reflexo disso têm sido uma criminalidade cada vez mais crescente em nosso Estado. Infelizmente, a Bahia tem alcançado os piores índices do país em nível de violência, seja ela de mortes violentas e agora também a questão do feminicídio. Infelizmente, é uma marca que deixa todos nós preocupados, porque o que se vê é uma deterioração. Não se vê por parte do governo do Estado uma vontade clara de investir na segurança pública. Nós temos uma equipe de segurança qualificada e preparada, mas infelizmente, não existe milagre. A segurança se resolve com investimento, com vontade política e isso, infelizmente, a gente não vê por parte do governo Rui Costa”, afirma Kiki.
Para Bispo, esse cenário da violência no Estado é motivo de preocupação. “Precisamos realmente se debruçar cada vez mais sobre esse assunto. Eu acho que a Câmara precisa aprovar uma Comissão de Segurança Pública para que possa realmente contribuir para chamar a atenção da nossa sociedade, porque algo precisa ser feito. Da forma como está, não tem sentido viver com medo e preso em nossas casas. Eu acho que a população de Salvador e do interior do Estado tem sido acometida de uma prisão domiciliar, e isso é muito injusto”, disse.
Em relação à Lei Maria da Penha, que se associa ao fato, o vereador defende que a legislação é uma evolução, mas conforme o edil, precisa de um aparato policial e judiciário que possa fazer com que, realmente, seja eficaz. “Não existe lei que dê certo na medida em que a mulher sofre uma agressão e se dirige a uma delegacia de polícia, como é a maioria dos casos no Estado da Bahia, onde não se tem viaturas e nem a quantidade de policiais adequada para tal e não se tem estrutura para poder punir e prender o agressor. Quando não se dá condições estruturadas à Polícia para que possa cumprir o seu papel, o que ocorre é cada vez mais o sentimento de impunidade. Os homens que acabam violentando suas mulheres têm a certeza de que eles permanecerão soltos e livres sem punição e isso acaba causando esse temor na sociedade”, argumenta Kiki.
Rafael Santana