
A Câmara Municipal de Salvador, através da Comissão de Educação, Esporte e Lazer, realizou uma reunião aberta com professores para debater sobre o sistema de Educação de Jovens e Adultos (EJA). A discussão ocorreu no auditório do Edifício Bahia Center, anexo da Casa, na manhã de segunda-feira (20), e foi conduzida pelos vereadores Hilton Coelho (PSOL) e Marta Rodrigues (PT), respectivamente membro e suplente do colegiado.
De acordo com Hilton Coelho, o debate foi resultado de um encontro realizado com o secretário municipal de Educação, Bruno Barral. “Nessa reunião, pautamos várias questões e conseguimos avançar em todas elas. Conversamos com o secretário sobre bibliotecas, importância do estímulo à leitura, creches, alimentação escolar, material didático e fardamento”, enumera.
Demandas
A professora Arielma Galvão denunciou deficiências estruturais além da falta de materiais apropriados para as turmas. “Existe uma lógica de expulsão dos alunos que se concretiza nas cadeiras impróprias e até mesmo na estrutura física deficiente. Os alunos se sentem desvalorizados por causa de materiais inadequados, pois não temos acesso a livros próprios para educação de jovens e adultos. Fazemos nossos projetos com conteúdo de diversas fontes, como a internet, por exemplo, pois não conseguimos o material adequado”, afirma.
A coordenadora pedagógica e professora do EJA Márcia Medeiros questionou a existência do programa. “Por que existe o EJA no Brasil? A desigualdade é que define a política de estado em nosso país, que não permite que sejamos uma nação digna na qual seja sanado o problema da educação. Se a instrução fosse feita na idade adequada, não geraríamos um povo que precisa sair cedo para trabalhar na informalidade, ou mesmo completar com muito custo a educação básica para tentar entrar no mercado de trabalho”, declara Márcia.
Fonte: Secom/CMS