“A era Cunha acabou e é página virada”, afirma José Carlos Araújo

Eduardo Cunha

Após a sessão de votação histórica que decidiu por 450 votos à 10 pela cassação do deputado Eduardo Cunha, o presidente do Conselho de Ética da Câmara e intermediador do processo contra o parlamentar carioca, o deputado federal José Carlos Araújo (PR-BA) recorda os tempos do longo processo como árduo e repleto de manobras aplicadas pelo peemedebista. “Foi um processo que só no Conselho de Ética durou quase nove meses, e 11 meses até o julgamento”, ressalta.

“Ou seja, mais de uma gestação. Foi penoso, pois Cunha fez todas as manobras legais e ilegais”, destaca. “Só melhorou quando fomos a [Rodrigo] Janot nos queixar que não dava para trabalhar, porque ele não deixava. Ele não agia diretamente, mas usava [Waldir] Maranhão com medidas antirregimentais. E continuou manobrando mesmo quando o STF o afastou, mas em menor intensidade”, relata.

Na última segunda-feira (12), o plenário da Câmara dos Deputados aprovou por 450 votos a favor, 10 contra e nove abstenções a cassação do mandato de Cunha, dando fim a um dos mais longos processos que tramitou no Conselho de Ética. Com o resultado, o peemedebista perdeu o mandato e fica inelegível por oito anos.

Araújo disse que “a era Cunha acabou e é “página virada”, mas considera que a atuação do deputado como presidente da Câmara “não foi de todo ruim”. “Em determinado momento, com a entrada dele, a Câmara avançou. Muitas coisas foram votadas, quando matérias estavam engavetadas ele as colocou para andar… Mas ele se atrapalhou, meteu os pés pelas mãos, fez tudo o que podia e o que não podia também”, explica.

O deputado relembrou também rememorou o dia em que o Conselho votaria o processo, quando a deputada Tia Eron (PRB-BA) causou polêmica por ter se ausentado da sessão.

“No dia da votação, quando a Tia Eron desapareceu, quem votaria era o suplente, [Carlos] Marun. Se ele votasse, fiz as contas, eles ganhariam. Não tinha dúvida”, disse. “Aí o Bacelar entrou com o voto em separado de 54 páginas, e era impossível para o relator examinar todos os argumentos naquele espaço de tempo. Que fiz eu? Suspendi a sessão e marquei para a terça-feira seguinte para dar tempo ao relator. E isso mudou tudo”, pontuou, acrescentando que a pressão de setores como a imprensa, os movimentos sociais e os internautas determinou o voto de Tia Eron favorável ao relator. “Ela ficou acuada, ficou com receio por causa da pressão”, conta.

Conforme Araújo, Cunha ficou em desespero e tentou todas as “manobras possíveis e impossíveis” para se livrar da cassação. “Ele apresentou 16 supostos erros meus à CCJ, cujo relator era amigo dele. Mas esse relator era um constitucionalista, um advogado, e por mais que fosse amigo de Cunha, era legalista. Então ele rechaçou 15 dos 16 itens, restando apenas aquele referente à suspensão da votação. Caíram por terra todos os argumentos dele”, prossegue.

Foto: Reprodução Site do Deputado José Carlos Araújo

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