
A demissão de Carlos Lupi do Ministério da Previdência Social detonou uma crise dentro do PDT e expôs mais uma rachadura no já combalido governo do ex-presidiário Lula. Nesta terça-feira (6), o partido anunciou que está fora da base do Palácio do Planalto, alegando ter sido desrespeitado com a escolha de Wolney Queiroz para a vaga de Lupi sem qualquer consulta à bancada.
Em tom claro, o deputado Mário Heringer (MG) avisou: o PDT agora é independente e já pensa em candidatura própria para 2026.
O rompimento foi impulsionado pelo escândalo bilionário de fraudes no INSS, que forçou a queda de Lupi e deixou o governo petista ainda mais desgastado. O próprio PDT reconheceu que a saída do seu correligionário foi resultado de uma “fritura pública” e da desconsideração completa do partido por parte do descondenado Lula. Mesmo após indicar Wolney, do mesmo partido, a cúpula pedetista viu a decisão como pessoal do presidente e sinal de que a sigla não tem espaço de fato no governo.
Enquanto isso, Lula tenta apagar o incêndio causado pela “farra dos descontos” em aposentadorias, um esquema que, segundo a CGU e a Polícia Federal, pode ter causado um prejuízo de R$ 6,3 bilhões. Lupi, embora não tenha sido investigado diretamente, foi empurrado para fora após defender publicamente o então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, alvo da operação.
O PDT considerou a exoneração uma rendição à pressão política e uma traição ao partido.
Na Bahia, o presidente do PDT estadual, Félix Mendonça Jr., tratou de blindar Jerônimo Rodrigues, dizendo que a ruptura em Brasília não afeta a aliança local com o pior governador da história do estado. A declaração mostra como o partido tenta manter um pé no governo petista mesmo depois do esvaziamento nacional, escancarando o fisiologismo que sustenta a política baiana há duas décadas de atraso e decadência.
Agora, o PDT promete analisar caso a caso os projetos do governo e não votar automaticamente com a base. Com o escândalo do INSS revelando a sujeira debaixo do tapete e o irmão de Lula envolvido no esquema, o recado do PDT foi direto: acabou a fidelidade cega ao PT.