Durante a apresentação sobre os detalhes da programação do Festival da Primavera em coletiva de imprensa na manhã desta segunda-feira (11), no Palácio Thomé de Souza, o prefeito ACM Neto teceu comentários sobre a prisão de Gustavo Ferraz, que foi exonerado do cargo de coordenador-geral da Defesa Civil de Salvador (Codesal) após ser preso pela Polícia Federal, na manhã de sexta-feira (8), e também sobre os desdobramentos e impactos políticos no âmbito do PMDB.
À imprensa, o prefeito ACM Neto esclareceu sobre os destinos da gestão da Codesal após a exoneração de Ferraz do carro de coordenador-geral da pasta. “Aqui na prefeitura, não tem cota de A, B ou C. Na prefeitura, todas as funções passam por uma análise e por uma decisão minha. O Gustavo Ferraz já era colaborador da prefeitura na Diretoria de Habitação. Do ponto de vista técnico, ele vinha fazendo um bom trabalho na Codesal, o que não exime dos fatos que estão aí postos, o que me fez tomar uma decisão imediata quando eu logo soube e fui informado da ordem de prisão. Eu determinei a sua exoneração. Esse vai ser o procedimento da prefeitura. Eu não tenho bola de cristal e não posso prevê ou saber ou ter conhecimento do que, eventualmente, colaboradores e assessores nossos podem estar envolvidos. O fato é que, uma vez tomando conhecimento, eu preciso agir com toda rapidez e firmeza, e foi o que nós fizemos com o Gustavo Ferraz. Isso vale para qualquer colaborador da prefeitura que, eventualmente, amanhã ou depois, possa aparecer envolvido em qualquer tipo de suspeita de irregularidade em algo de repercussão ou impacto nacional. É assim que eu procedo e é dessa maneira que a gente vai continuar atuando”, disse Neto.
Em relação ao comando da Codesal, o prefeito fará ajustes nesta semana com mudanças pontuais na equipe de trabalho que, conforme o gestor, não vai se limitar apenas na escolha do diretor geral, mas já anunciou o nome do secretário da Cidade Sustentável, André Fraga, para assumir interinamente e provisoriamente os trabalhos da pasta. “Eu tenho esse tempo para concluir algumas mexidas que eu vou fazer para fazer de uma vez só. Por enquanto, o secretário de Cidade Sustentável, André Fraga, responde pela Codesal, que está ligada à secretaria de Cidade Sustentável, e o secretário André Fraga há teve desde a semana passada a partir de um comando dado por mim a incumbência de assumir a coordenação até que a gente possa definir um nome que, de maneira permanente, venha assumir a Codesal”, informa o prefeito.
No âmbito politico, mesmo com o fato que envolveu Geddel e Ferraz que repercutiu em todo o país, ACM Neto destacou que o PMDB é um partido tradicional que tem uma dimensão relevante na Bahia com prefeitos, ex-prefeitos e deputados, inclusive, em Serrinha, onde esteve com o prefeito Adriano Lima, que é do partido. “Eu estive com o prefeito de Serrinha, Adriano Lima, que é também do PMDB, que vem fazendo um grande trabalho na cidade. Estive também com outros prefeitos do PMDB. O PMDB é um partido que é maior do que a figura de A, B ou C. O PMDB vai acabar? Não vai acabar, de maneira alguma. Agora, o que vai acontecer com o PMDB, eu não sei. Eu respeito a autonomia do PMDB. Eu opino no Democratas, onde eu tenho voz e expresso a minha opinião. Nós temos que aguardar pra ver como é que vai ser o desdobramento das posições políticas do PMDB, e aí, depois disso, avaliar quais são as consequências e impactos no partido como todo. Eu espero que o partido possa manter-se forte em continuar tendo suas pretensões e suas aspirações. Isso tudo vai depender muito das decisões que o PMDB venha venha a tomar a partir de agora e espero que seus quadros tenham capacidade de dialogar e decidir qual vai ser o futuro partidário. Eu vou esperar, porque a gente só tem condições de analisar os reflexos e impactos políticos de tudo isso, depois que a gente tomar conhecimento de maneira definitiva de quais posições que o PMDB pretende adotar”, comenta Neto.
Prisão de Gustavo Ferraz / Ferraz foi detido durante a quarta fase da Operação Cui Bono, que também deteve o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB). A ação acontece após a apreensão de R$ 51 milhões em um apartamento supostamente ligado ao político baiano. De acordo com a decisão do juiz federal Vallisney Oliveira, 10ª Vara da Justiça Federal do Distrito federal, foram encontradas digitais de Gustavo Ferraz, além de Geddel, no dinheiro encontrado no apartamento.
A suspeita é que ele, que já foi assessor do peemedebista, foi responsável por buscar em 2012 valores ilícitos enviados para por um emissário do ex-deputado Eduado Cunha (PMDB). A operação apura fraude na Caixa Econômica Federal no período em que Geddel foi vice-presidente de Pessoas Jurídicas do banco entre 2011 e 2013.
A Prefeitura de Salvador emitou nota ao declarar que “não compactua com nenhum ato ilícito e qualquer servidor municipal envolvido em questões dessa natureza terá que espinha na justiça”.
Rafael Santana com informações do A TARDE On Line e Secom/PMS