Diante da queda de energia por pane elétrica, do corte do bambuzal, entre outros problemas no Aeroporto de Salvador, o prefeito ACM Neto se manifestou sobre o assunto ao considerar uma situação “vexatória” e “lamentável” por parte da atual administração do governo do Estado.
Neto criticou a atual situação de abandono e de descaso do Aeroporto por parte da gestão estadual que deixou acumular problemas com repercussões negativas em função das condições precárias do equipamento.
“Apesar da situação vexatória, é lamentável que o Aeroporto de Salvador tenha chegado a esse ponto nos 12 anos que o PT governou a Bahia. Eles tiveram parceria com o governo federal por tantos anos e não foram capazes de produzir uma solução para o Aeroporto”, critica Neto.
De acordo com o prefeito, a Prefeitura não tem nenhuma competência legal sobre o assunto, ao destacar que a concessão do Aeroporto é feita pelo governo federal através da Infraero, que faz a licitação da empresa responsável em administrar o equipamento.
“Cabe ao governo federal e a Infraero adotarem as medidas necessárias. Nós temos dialogado com a empresa que ganhou a concessão, colocando a Prefeitura a disposição para facilitar todos os trabalhos de intervenção. Eu tenho certeza que pelo porte da empresa que ganhou a concessão, eles vão ter a capacidade de reverter a situação e de garantir, sobretudo, a ampliação e a reforma completa do Aeroporto de Salvador. Não dá para a primeira capital do Brasil e um dos destinos turísticos do país ter um Aeroporto nessas condições. Eu acredito que com o trabalho e a presença da iniciativa privada isso vai mudar e eu espero que mude o mais breve espaço de tempo possível”, acredita o gestor.
Por determinação do prefeito, o assunto que envolve o corte do bambuzal no Aeroporto, considerado como um dos elementos imateriais da Bahia, está sendo conduzido pelos órgãos técnicos da Prefeitura, especialmente, pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedur) e pela Secretaria de Cidade Sustentável (Secis) que, inclusive, já aplicaram penalidades a CCR, empresa concessionária do Metrô responsável por essa intervenção arbitrária a fim de regularizar a situação.
“Lamento profundamente que o governador tenha demonstrações sucessivas de falta de apreço com os elementos imateriais da Bahia. Se tem uma coisa que sempre fez a Bahia ser um Estado diferente de outros estados do Brasil é a valorização desses elementos que tocam o coração das pessoas. O bambuzal do Aeroporto de Salvador é uma marca, é um símbolo, é um cartão postal. Eu já ouvi pessoas dizerem que quando chegam em Salvador, o primeiro arrepio que dá é quando a gente passa pelo bambuzal ou quando está saindo de Salvador aquela saudade aperta ou sabe que o coração está apertando ao passar pelo bambuzal. Eu não consigo conceber, de maneira nenhuma, como é que o governo não teve a preocupação de exigir da CCR que qualquer intervenção respeitasse toda a integridade do bambuzal. O estado não teve o cuidado de se preocupar com a requalificação do paisagismo no caso do bambuzal, e eu só posso entender que é mais uma demonstração da falta de compromisso e de respeito aos elementos imateriais da Bahia”, lamenta o alcaide.
Segundo Neto, a CCR não poderia cortar absolutamente nada do bambuzal do Aeroporto de Salvador e, para o gestor, a maioria da população comunga com essa opinião. “Não é possível que uma empresa do porte da CCR não tenha condições de adaptar a Estação do Aeroporto sem comprometer o bambuzal, é capaz de dar tantas soluções, porque que não deu nessa? Não houve o cuidado em tirar uma parte do bambuzal que não vai ficar a mesma coisa”, completa Neto.
Mathias Jaimes e Rafael Santana