
O senador afastado Aécio Neves (PSDB) alegou que, por conta da sua “boa-fé”, foi “vítima de criminosa armação”. Em artigo publicado no jornal “Folha de S. Paulo”, o político mineiro comentou sobre a denúncia do dono da JBS, Joesley Batista, de que pediu R$ 2 milhões para pagar sua defesa na Lava Jato e de que já teria recebido R$ 60 milhões do grupo empresarial.
Aécio negou que tenha cometido crime e afirmou que os R$ 60 milhões não são propina e se referem “exatamento aos R$ 60 milhões que a JBS doou legalmente a campanhas do PSDB naquele ano (2014). Então pergunto: onde está o crime?”.
Sobre os R$ 2 milhões, o tucano alegou que o valor se referia a venda de um imóvel da mãe dele. “Em março deste ano, solicitei a minha irmã e minha amiga, Andrea, que procurasse o senhor Joesley, a quem ela não conhecia, e oferecesse o que já havíamos feito sem sucesso com outros empresários brasileiros: a compra do apartamento em que minha mãe mora, herança do seu falecido marido, e que já estava à venda. Parte desse valor nos ajudaria a arcar com os custos de minha defesa”.
Aécio argumentou que o empresário sugeriu “fazer um empréstimo com recursos lícitos” e que eles fariam um contrato para certificar o acordo. Contudo, o político alegou que Joesley não fez o documento porque já tinha a intenção de “criar artificialmente um fato que gerasse suspeição e contribuísse para sua delação”.
Após a denúncia de Joesley, o tucano foi afastado do cargo como senador e a irmã de Aécio foi presa.
Fonte: Estadão Conteúdo