Outra eleição em que a disputa pretende ser acirrada é para a presidência da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) que acontece somente em fevereiro de 2017, mas partidos da base do governo e da oposição já costuram apoios para concorrer ao comando do legislativo estadual na sucessão de Marcelo Nilo (PSL), que encerra o seu quinto mandato no comando da Casa.
Na disputa pelo comando do legislativo estadual estão no páreo os aliados políticos do governador Rui Costa (PT) e do prefeito de Salvador ACM Neto (DEM) – possíveis adversários em uma eventual campanha para o governo do estado em 2018.
As candidaturas já começaram a tomar corpo na Assembleia. Do lado do bloco de apoio ao governo, que conta com uma bancada de 41 parlamentares, estão os nomes dos deputados Pastor Sargento Isidório (PDT), Luiz Augusto (PP), e Marcelo Nilo (PSL). Isidório e Augusto reforçam discurso de unidade e renovação no comando da Casa, após dez anos de hegemonia de Nilo.
Embora adiante que só vai decidir em meados de dezembro sobre um possível sexto mandato para consolidar a hegemonia do cargo, Nilo deixa claro que ainda está vivo: “na política o poder se perde, não se entrega”, disse o atual presidente da Casa.
Já do lado da oposição, com 22 representantes, o deputado Marcell Moraes (PV) já lançou seu nome na disputa pelo cargo. Mas o líder da bancada, Sandro Régis (DEM), diz que as lideranças da oposição ainda não conversaram e não definiram sobre o assunto.
“Não vamos tomar nenhuma posição isolada. Por enquanto estamos observando, avaliando as candidatura colocadas”, previne Régis, que pretende ouvir PMDB, PSDB, PSC, além do DEM e PV. A cautela ele explica: “temos número para definir o pleito”, completa.
O mesmo que acontece na Câmara, o líder da oposição na AL descarta intervenção de ACM Neto na escolha do candidato, mas as definições deverão passar pelo crivo do prefeito, dentro da estratégia que o demista pretende construir com foco em 2018.
Perguntado sobre a reeleição de Marcelo Nilo no cargo em 2017, o governador Rui Costa deu a entender que não vai se envolver. “Essa coisa da definição da Assembleia depende dos deputados. Marcelo Nilo é um grande articulador político, vem contando com quase a unanimidade dos deputados. Quem sou eu para interferir nisso?”, responde
Mas, ao observar os movimentos dentro da AL, o governador já passou as coordenadas à sua base: buscar a unidade em torno do nome capaz de enfrentar o candidato apoiado por ACM Neto e garantir, no mínimo, os 32 votos para a disputa ser definida no primeiro turno.
O vice-governador João Leão, que assume o comando do PP na Bahia, já se adiantou em torno da possível candidatura do deputado Luiz Augusto e já está articulando apoio junto a líderes de outros partidos. O PP tem no legislativo cinco parlamentares.
“O sentimento na Casa é de se opor à continuidade (de Nilo), e o nome que agregar mais apoios será o candidato do governo”, informa Luiz Augusto.
O deputado federal e presidente estadual do PDT, Félix Mendonça, não pereu tempo e lançou também a candidatura do deputado Pastor Sargento Isidório à presidência da Assembleia Legislativa. O partido tem quatro representantes no Legislativo. Terceiro colocado na disputa pela prefeitura de Salvador, com cerca de 120 mil votos, Isidório é defensor da tese de que a “alternância de poder é “extremamente benéfico” à democracia. Isidório espera contar, inclusive, com o apoio de Marcelo Nilo, que já foi do PDT.
Com a maior bancada estadual em 2017, com 13 deputados, o PT tomou a decisão de não disputar a presidência da Assembleia no próximo ano.
“Faremos uma construção coletiva com a base do governo para escolher, entre os postulantes ao cargo, o nome que consiga aglutinar e reunir as condições para confrontar o candidato do prefeito ACM Neto”, explica o líder do PT na Assembleia, deputado Rosemberg Pinto. O parlamentar disputou em 2014 a presidência da Assembleia contra Marcelo Nilo, por se opor ao seu quinto mandato, e acabou deixando a disputa e abandonando o plenário. Diz, agora, que o partido pode até apoiar a reeleição de Nilo à presidência.
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