
Depois de semanas de tensão, o PT na Bahia mostrou mais uma vez sua incapacidade de articulação política. Jerônimo Rodrigues, que já carrega a fama de ser o pior governador da história do estado, ficou novamente à margem das decisões importantes, enquanto o senador Ângelo Coronel e sua família impuseram sua vontade no acordo para a presidência da Assembleia Legislativa. Mesmo com o empenho emplacado por Jaques Wagner, a liderança petista saiu enfraquecida e teve que ceder espaço ao PSD, que garantiu o controle do Legislativo em caso de cassação do atual presidente, Adolfo Menezes.
A jogada política da família Coronel foi habilidosa. Ao lançar o filho, Ângelo Coronel Filho, à primeira vice-presidência, o senador colocou o PT contra a parede, evitando que Rosemberg Pinto, o candidato preferido dos petistas, assumisse automaticamente a presidência em caso de vacância. Com isso, a estratégia de Wagner para garantir o comando do Legislativo foi neutralizada.
Mais uma vez, o PT mostrou que não consegue manter sua base unida, nem defender seus próprios interesses.
O temor de que a disputa rachasse a base governista forçou Wagner a recuar e aceitar os termos propostos pelo PSD. Um detalhe significativo do acordo foi a alteração no Regimento da Assembleia, eliminando a possibilidade de o primeiro-vice assumir automaticamente a presidência, o que tornou o cargo menos atrativo para petistas e para Ângelo Filho. Essa mudança assegura ao PSD a indicação do próximo presidente, consolidando ainda mais o domínio da família Coronel sobre o Legislativo baiano.
Enquanto isso, Jerônimo segue como mero espectador em meio às articulações que definem o futuro político do estado. A falta de liderança do governador expõe a fragilidade do PT na Bahia, que, mesmo comandando o estado há quase duas décadas, não consegue evitar derrotas humilhantes dentro de sua própria base.
A pacificação momentânea com o PSD não é uma vitória para o PT, mas sim uma demonstração de sua dependência política e da falta de protagonismo de Jerônimo Rodrigues.
A família Coronel sai fortalecida deste embate, com Ângelo Coronel Filho se posicionando como uma peça-chave para o futuro. Com o PSD dominando o Legislativo, a mensagem é clara: quem realmente dá as cartas na Bahia não é o PT, e muito menos Jerônimo Rodrigues.