O mercado de saúde passou por expansões recentes e liderou as transações registradas na Bahia, com 33% do volume negociado, segundo levantamento realizado pela PwC Brasil. Na vice-liderança do ranking está a área de tecnologia, que representou 20% das fusões e aquisições de janeiro a setembro deste ano. A Bahia contraria a tendência nacional, já que no Brasil a liderança ficou com a área de tecnologia, com 44,8%.
A compra do Hospital Aliança pela rede D’or, que já detém o Hospital São Rafael, e o anúncio da inauguração de um grande hospital privado em Salvador pela Rede Mater Dei, mostram que grandes agentes do mercado voltam seus olhos para a Bahia e podem transformar a capital baiana em um polo regional de saúde no Nordeste.
“Isso não acontece por acaso: a Bahia, por ser o estado mais populoso da região, tem uma grande demanda por estruturas de saúde”, explica Bruno Porto, sócio da PwC Brasil. “O estado ficou muito tempo com poucos hospitais de referência. A gente não viu em Salvador, como aconteceu em outras cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Recife, a entrada de players importantes do mercado de uma forma tão forte”.
Justamente pela Bahia ter esta lacuna no serviço de saúde e nunca ter tido esse movimento de grandes atores do setor investindo no estado, este é um mercado que ainda possui muito potencial de crescimento e esses investimentos devem continuar.

Importância do ESG – Bruno Porto acrescenta que as empresas de saúde que chegam precisam ficar atentas aos pilares de ESG (Environmental, social and corporate governance), termo usado para se referir a práticas empresariais e de investimento que se preocupam com critérios de sustentabilidade – e não apenas com o lucro.
“Na Bahia, notadamente quando se pensa em serviços de saúde, é muito importante interagir com as comunidades e com os grupos locais que usam aquele serviço de maneira consistente. Na área ambiental também, toda a parte de descarte de resíduos, de economia de energia e de recursos, as empresas de saúde, sem dúvida, precisam buscar esse uso consciente. Além de pensar em como reportar isso para a sociedade de uma forma mais eficiente”, afirma.