A Bahia está de luto pela perda trágica de Maria Bernadete Pacífico, conhecida como Mãe Bernadete, líder quilombola que foi assassinada na noite de quinta-feira (17), no Quilombo Pitanga dos Palmares, em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador (RMS). Mãe Bernadete era ex-secretária de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e uma voz importante na luta contra a discriminação, o racismo e a marginalização. Sua trajetória de resistência era inspirada em parte pelo assassinato de seu filho, Flávio Gabriel Pacífico dos Santos (Binho do Quilombo), outra liderança quilombola da comunidade Pitanga dos Palmares, morto há 6 anos.
A Conaq (Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos) expressou profunda tristeza e indignação pela morte de Mãe Bernadete. Em nota, a organização destacou o legado de luta e resistência da liderança quilombola: “Mãe Bernadete era uma luz brilhante na luta contra a discriminação e o racismo. Sua voz ressoava não apenas nas reuniões e eventos, mas também nos corações daqueles que acreditavam na mudança”.

O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, também se manifestou, garantindo rigor na investigação do assassinato.
“Recebi com pesar e indignação a notícia do falecimento de Mãe Bernadete. Determinei que as Polícias Militar e Civil desloquem-se de imediato ao local e que sejam firmes na investigação”, declarou o governador em suas redes sociais.
Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial, e Silvio Almeida, ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania do Brasil, afirmaram que enviarão equipes até o local do crime. A Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA) informou que as polícias Militar, Civil e Técnica estão realizando diligências e perícias no local para identificar os autores do crime.
Segundo a SSP-BA, informações preliminares indicam que dois homens, usando capacetes, entraram na casa de Mãe Bernadete e efetuaram disparos de arma de fogo. A pasta pede que qualquer informação sobre a dupla de homicidas seja enviada, com total sigilo, através do telefone 181 (Disque Denúncia da SSP).
O assassinato de Mãe Bernadete ocorre após ela ter denunciado ameaças que a comunidade quilombola vinha sofrendo. Em julho, ela se reuniu com a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, cobrando justiça pela morte de seu filho Binho do Quilombo, assassinado em 2017. Este crime brutal silencia uma voz importante na luta pelos direitos humanos, mas sua memória e legado continuarão a inspirar a resistência e a busca por justiça e igualdade.
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