Associação HTL Vida apela por políticas públicas em apoio aos portadores do vírus HTLV na Tribuna Popular da Câmara

Aos 35 anos de idade Adijeane Oliveira de Jesus já é aposentada por invalidez. Portadora do vírus HTLV, ela preside a Associação HTLVida, que ocupou a Tribuna Popular da Câmara Municipal de Salvador, na sessão ordinária de segunda-feira (25), para apelar aos vereadores tanto por políticas públicas de prevenção da doença, quanto voltadas para maior atenção aos já contaminados.

“O HTLV é um vírus que está disseminado em todo o mundo. A estimativa é de cerca de 2,5 milhões de brasileiros contaminados, aproximadamente 160 mil na Bahia, atingindo principalmente mulheres negras, em idade reprodutiva e em vulnerabilidade social”, frisa Adijeane.

Emocionada, ela precisou ser amparada e terminar o pronunciamento sentada, ao descrever o descaso com que os portadores do vírus, “mais antigo que o HIV”, são tratados pelo serviço público de saúde.

Campanhas

Das galerias, associados da HTLVida portavam cartazes com denúncias do tipo “Somos negligenciados” e apelos por fornecimento de fraldas para pacientes de todas as idades, e não apenas a partir dos 60 anos, uma vez que a incontinência é uma sequela constante.

“O HTLV é uma síndrome degenerativa, destruidora na vida de qualquer pessoa que conviva com ela. É preciso promover campanhas de prevenção no Município, nas unidades de saúde e escolas, e investir na descoberta de um teste rápido da doença, porque o atual leva 20 dias para dar o resultado. Precisamos de infectologistas, neurologistas, enfermeiros e outros profissionais especializados, só temos paliativos”, frisou Adijeane. Ela pediu que as comissões da Câmara ajudem na busca de melhorias para o segmento.

Autor do projeto que instituiu o Dia Municipal de Prevenção e Combate ao HTLV-I e HTLV-II, o vereador Sílvio Humberto (PSB) informou que os problemas dos portadores seriam discutidos em sessão especial na manhã desta terça-feira (26). A vereadora Aladilce Souza (PCdoB), que agendou a Tribuna Popular, manifestou solidariedade e criticou a Prefeitura de Salvador por “não investir para modificar os indicadores de saúde no Município”.

Fonte: Secom/CMS