
O Palácio do Planalto escolheu a primeira-dama Janja para abrir a cerimônia alusiva aos atos de 8 de janeiro de 2023, reforçando o tom político de um evento que deveria defender a democracia, mas serve para atacar adversários. Durante seu discurso, Janja afirmou que o Brasil viveu “um momento histórico de esperança” na posse de Lula, mas que, uma semana depois, o “ódio ocupou esse espaço”.
No entanto, as palavras da primeira-dama sobre amor e união contrastam com episódios de interferência e declarações polêmicas que têm marcado sua atuação.
Entre as declarações controversas, está o xingamento a Elon Musk durante o G20 e os comentários desrespeitosos ao homem que se explodiu no STF. Enquanto prega a união, Janja acumula críticas até nos bastidores do governo, onde é apontada por ministros como interferente em decisões que deveriam caber exclusivamente a Lula.
A cerimônia do dia 8 de janeiro, portanto, ilustra mais um capítulo de uma gestão que utiliza discursos simbólicos para sustentar narrativas políticas, mirando os opositores enquanto ignora erros internos.
Ao mesmo tempo, Lula reforça sua aliança com Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, um contraste evidente à narrativa democrática defendida pelo PT. O governo brasileiro não reconheceu a vitória do opositor Edmundo González Urrutia e enviará representantes para a posse de Maduro.
A celebração da democracia no Brasil, sob essa ótica, parece mais uma estratégia de conveniência do que um compromisso real.