As agências bancárias baianas retornam as atividades normalmente a partir desta sexta-feira (7), após um mês de greve da categoria, a maior greve da história dos bancários desde 2004, quando a paralisação durou 30 dias. Depois da votação realizada em assembleia na noite desta quinta-feira (6), boa parte dos bancários decidiu finalizar a greve na Bahia. As agências dos bancos privados e do Banco do Nordeste voltam a funcionar nesta sexta, mas funcionários da Caixa optaram por manter a paralisação.
“Consideramos que a proposta da Fenaban é insuficiente, porque não contempla a reposição da inflação nos últimos 12 meses. Mas as condições para a permanência da greve eram ruins. Na Caixa, a maioria dos trabalhadores optou por permanecer no sentido de buscar melhorias na proposta apresentada”, avalia o presidente do sindicato dos bancários da Bahia, Augusto Vasconcelos.
A maioria dos profissionais que atuam nos bancos decidiu em assembleia na noite desta quinta aceitar a orientação da liderança nacional pelo fim da greve, decisão seguida também nos demais estados do país. Logo no início da noite, os funcionários das instituições privadas, Banco do Nordeste e Desenbahia foram os primeiros a decidir pelo fim da paralisação, medida também acordada, posteriormente, pelos funcionários do Banco do Brasil.
A decisão foi adotada depois que a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) garantiu um reajuste de 7% para 8% a proposta de reajuste salarial da categoria. O acordo prevê ainda um abono de R$ 3,5 mil. O vale alimentação recebe um reajuste de 15%, enquanto o vale refeição e o auxílio creche/babá será reajustado em 10%. Outro benefício previsto é a licença paternidade de 20 dias, que só deve começar a vigorar a partir de janeiro.
Conforme o presidente da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, Emanuel Souza, “a proposta não agradou a categoria por completo, justamente por não ter alcançado um reajuste real, acima da inflação, o que ainda incomoda os funcionários da Caixa”, explica. “Acabamos mesmo, pois o movimento já começava a ficar comprometido diante das consequências de 31 dias de paralisação”, completa.
Em relação aos reajustes, todos os novos valores serão retroativos a 1º de setembro, data-base da categoria. Já o abono será pago em uma única parcela até dez dias após a assinatura da Convenção Coletiva de Trabalho. Em 2017 haveria a correção integral no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acumulado, com aumento real de 1% em todos os salários e demais verbas.
De acordo com os dados do sindicato, em torno de 42 mil trabalhadores participaram das paralisações durante o período de greve na área de abrangência da entidade, atingindo 727 locais de trabalho, sendo 24 centros administrativos e 703 agências fechados na quarta-feira.
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