Banco do Brasil acata pedido do MPF e pede perdão ao povo negro por histórico de apoio a práticas escravistas




O Banco do Brasil fez anúncio em audiência pública e divulgou neste sábado (18) comunicado em que divulga um conjunto de medidas com o objetivo de promover a igualdade e a inclusão étnico-racial e combater o racismo estrutural no país. Ao afirmar que toda a sociedade brasileira tem algum grau de responsabilidade pela escravidão que vigorou no país até o século XIX, o texto traz declaração da presidente do BB, Tarciana Medeiros, que afirma: “nesse contexto, o Banco do Brasil de hoje pede perdão ao povo negro pelas suas versões predecessoras e trabalha intensamente para enfrentar o racismo estrutural no país”. O Ministério Público Federal ainda vai analisar o documento.

O reconhecimento da participação do banco no tráfico de pessoas escravizadas nos século XIX e o pedido de desculpas foram solicitados pelo MPF no âmbito de inquérito civil instaurado em setembro deste ano. O procedimento – conduzido pela Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão no Rio de Janeiro (PRDC/RJ) – tem como base manifestação apresentada 15 professores e universitários de diversas universidades brasileiras e estrangeiras. O grupo realizou pesquisa que revelou um quadro de negação e silêncio sobre a participação das instituições brasileiras na escravização de pessoas.

Arquivo Agência Brasil

No caso do Banco do Brasil, os historiadores apuraram que havia uma relação de “mão dupla” da instituição financeira com a economia escravista da época, que se revelava no quadro de sócios e na diretoria do banco, formados em boa parte por pessoas ligadas ao comércio clandestino de africanos e à escravidão. Os estudos mostram, ainda, que a instituição teria lucrado com o tráfico mesmo após sua proibição no país.

A atuação do MPF para garantir o reconhecimento do quadro e o pedido de desculpas segue tendência internacional. Nos últimos anos, em países como Estados Unidos e Inglaterra, têm ganhado força um movimento por reparação histórica de grandes instituições que participaram da escravidão. Depois de reunião realizada com representantes do Banco, o MPF deu prazo de 15 dias para pedido de desculpas e apresentação de propostas de ações de reparação, o que aconteceu neste sábado, durante audiência pública realizada para tratar do tema com representantes de movimentos sociais e da sociedade civil.

Ações – O Banco do Brasil comunicou que vai implementar ações de fomento ao acesso ao mercado de trabalho para o povo negro, incluindo cláusula de fomento à diversidade em contratos com fornecedores e parceria para encaminhar jovens egressos de seu programa Menor Aprendiz para o mercado de trabalho. Também prepara workshop sobre a promoção da diversidade, equidade e inclusão com estatais e fornecedores. O comunicado cita ainda ações como aceleração de carreira para funcionários negros, parcerias com organizações da sociedade civil que tratam do tema e fomento de projetos que valorizem a formação e ancestralidade cultural brasileiro, entre outras.

Para Julio Araujo, procurador da República responsável pelo inquérito, o reconhecimento da participação de instituições como o banco no tráfico negreiro é um passo importante para a superação do legado de violência e exclusão deixado pela escravidão no Brasil.




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Sobre Emmanuel

Como me defino? Pernambucano, católico e ANCAP. Sem mais delongas... " Totus Tuus Mariae". "... São os jovens deste século, que na aurora do novo milénio, vivem ainda os tormentos derivados do pecado, do ódio, da violência, do terrorismo e da guerra..." Um adendo: somos dois pernambucanos contra um "não-pernambucano". Rs

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