Diante da indicação do ex-ministro Jaques Wagner à frente do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (Codes), os líderes da base aliada ao governo Rui Costa (PT) vão iniciar a operação de distanciamento ao secretário estadual de Relações Institucionais, Josias Gomes.
A estratégia é tratar apenas com Wagner os assuntos ligados à articulação política, área comandada por Josias. A investida foi combinada entre deputados, prefeitos e dirigentes de partidos descontentes com o atual articulador político ligado ao governo do estado.
O retorno de Wagner ao alto escalão do governo, oficializado por Rui, é visto como a última esperança de evitar a saída de partidos aliados da base de apoio ao PT no estado, que estão ligados ao governo do presidente Michel Temer, a exemplo do PSD, PP e PR.
Para manter Jaques Wagner distante de Josias Gomes, Rui Costa retirou o Codes da estrutura da Secretaria de Relações Institucionais. Em decreto publicado no Diário Oficial do Estado, o petista colocou o conselho sob a competência direta do Gabinete do Governador. A mudança garante ao ex-ministro liberdade para atender demandas de ordem política e estabelecer acordos com lideranças da base. Antes de ser cotado para uma pasta no CAB, Wagner criticava abertamente Josias em conversas com interlocutores próximos. Para ele, o articulador de Rui está mais interessado em cuidar do próprio futuro do que do governo.
Além da articulação política, o função de Jaques Wagner é restaurar o diálogo do governo com empresários e movimentos sociais, que vem perdendo força desde 2015. Primeiro, pelo desgaste provocado com os escândalos que levaram ao declínio do PT e pela saída do partido do poder em Brasília. Segundo, por causa do estilo de Rui Costa, considerado duro demais e pouco habituado à diplomacia que o cargo exige. Na coordenação executiva do Codes, tipo de genérico do “Conselhão” criado durante a era petista, Wagner terá espaço para tentar refazer pontes perdidas.
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