A cada dia que passa vai ficando mais nítido o envolvimento de petistas baianos em ações obscuras e irregulares no que se refere ao superfaturamento da Arena Fonte Nova. O chefe da Casa Civil nos governos petistas Jaques Wagner e Rui Costa, Bruno Dauster mantinha relações próximas com interlocutores ligados ao Petrolão, sendo sócio do doleiro contraventor Alberto Yousseff.
Segundo publicado na revista Istoé, Bruno Dauster possui uma cota de cerca de R$ 36 mil no Web Hotel Salvador, que também teve entre os sócios a GFD Investimentos, uma empresa de fachada de Youssef, usada para intermediar pagamentos ilícitos. A GFD tinha 12% de participação no empreendimento hoteleiro. Essas cotas já foram leiloadas por decisão da Justiça, após Youssef se tornar delator do escândalo do Petrolão.
Petista desde 1987, Dauster foi diretor de desenvolvimento da OAS, empresa enrolada até o pescoço na Lava Jato. Depois, passou a atuar no governo do Estado, com relações próximas tanto com o ex-governador petista Jaques Wagner quanto com o atual governador Rui Costa (PT). Wagner é um dos manda-chuvas do PT e chegou a ser cotado para substituir Lula como o candidato do partido a presidente da República.
Dauster nega irregularidades na sociedade que manteve com o doleiro. Afirma que “se tivesse algo a esconder, dificilmente teria colocado na declaração de bens algo tão grave quanto uma sociedade com Youssef”. O petista também foi citado em mensagens encontradas pela PF no celular de Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS. Em um dos diálogos, datado de 2013, Dauster é citado como “alguém que sabia de tudo sobre o Metrô”, em referência às obras do Metrô de Salvador. A OAS tinha interesse na licitação, mas perdeu a concorrência.