
Na sessão especial em homenagem aos médicos, cujo dia foi comemorado em 18 de outubro, a situação atual do Sistema Único de Saúde (SUS) tornou-se tema central. A atividade, presidida pela vereadora Aladilce Souza (PCdoB), aconteceu na noite desta quarta-feira (25), no Plenário Cosme de Farias.
O Brasil conta com o Sistema Único de Saúde (SUS) desde a Constituição de 1988. Este é reconhecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como o maior sistema de saúde pública gratuito e universal do mundo. Por meio dele, sete a cada dez brasileiros têm acesso a atendimento médico, que totaliza mais de um bilhão de consultas médicas e mais de quatro bilhões de procedimentos ambulatoriais executados anualmente, conforme dados do Ministério da Saúde.
“Estamos vivendo um momento de grande precarização da saúde. As sessões em homenagem aos profissionais de saúde são sempre momentos de reflexão sobre o exercício das profissões e o sistema de saúde. Estamos num momento crítico no nosso país de perda de direitos, retrocesso, desconstrução do estado e, consequentemente, de perda das conquistas do SUS. Hoje, no Dia da Democracia, vemos que algo foi insuficiente e nós precisamos refletir e retomar a nossa luta”, disse a vereadora Aladilce que é enfermeira.
O vereador e médico, Odiosvaldo Vigas (PDT), afirmou que a homenagem ao Dia dos Médicos é um convite à reflexão. “É um momento para refletirmos sobre a profissão e também sobre a situação da assistência”, pontua. “Hoje o investimento per capita em saúde no nosso país é muito baixo e não corresponde ao nosso Produto Interno Bruto (PIB). O SUS requer um financiamento melhor para atender a toda sociedade”, destacou o parlamentar. A vereadora Marta Rodrigues (PT) participou também da homenagem.
O SUS e a Democracia
Durante a palestra “O SUS e a Democracia”, o doutor em Saúde Pública e professor da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Jairnilson Paim, disse que a luta pela saúde não pode ser setorial. “Não tem saída para o SUS apenas examinando o SUS. Assim como não há para a saúde examinando somente o setor”, reflete o professor.
“O direito à saúde e ao SUS para serem preservados supõem lutas conjuntas em defesa da Seguridade Social e dos direitos civis, políticos, sociais e ambientais, com outras frentes de forças que defendam a democracia, as conquistas sociais e se oponham, intransigentemente, às reformas arbitrárias deste governo”, completa Paim.
O 1º secretário do Conselho Regional de Medicina (Cremeb-BA), Jorge Cerqueira, destacou a necessidade de união de todos os profissionais de saúde. “Precisamos nos unir para lutar contra o que está acontecendo no país como um todo, não só na área da saúde”, analisa Cerqueira.
Representante do Movimento Médicos pela Democracia, Ceuci Nunes, explicou que o grupo reúne médicos suprapartidários que têm o SUS como sua principal bandeira e que veem com preocupação o momento atual da saúde pública. “A gente sempre entendeu que qualquer cisão que se desse na democracia refletiria na saúde. Cortar o orçamento da saúde por 20 anos é um suicídio, a população aumenta e envelhece ampliando a demanda. Além disso, é inerente ao setor a incorporação de novas tecnologias o que torna um orçamento engessado facilmente defasado”, explica Ceuci.
O coordenador regional da Direção Executiva Nacional dos Estudantes de Medicina (Denem), Lázaro Amorim, disse que o “movimento estudantil entende que a reformulação da Política Nacional de Atenção Básica, os cortes no SUS e na emenda 95 afetam toda a dinâmica da sociedade”.
A sessão contou com a apresentação do coral do Sindicato dos Médicos (Sindimed-BA), regido pelo maestro Gilberto Bahia. A mesa foi composta também pela secretária estadual de Políticas para Mulheres, Julieta Palmeira, pelo gerente de Atenção Básica do município, Ivan Paiva e pelo presidente do Sindimed, Francisco Magalhães.
Fonte: Secom/CMS