
O médico Tancredo Neves Feliciano de Arruda teve sua prisão preventiva decretada após ser apontado como o principal suspeito do assassinato da delegada Patrícia Neves Jackes Aires, ocorrido no domingo, 11 de agosto. A decisão foi tomada durante audiência de custódia realizada na segunda-feira, dia 12.
Apesar da sentença, Tancredo, que passou por exames de corpo de delito no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), permanecerá na Delegacia de Simões Filho até ser transferido para o Complexo Penitenciário da Mata Escura, na terça-feira, 13.
O crime chocou a comunidade de Santo Antônio de Jesus, onde a delegada trabalhava e era muito respeitada. Patrícia foi encontrada morta dentro de seu carro, em uma área de mata no município de São Sebastião do Passé, com indícios de enforcamento após luta corporal. O laudo pericial da cena do crime corrobora essa hipótese.
A investigação revelou que Tancredo, que já tinha um histórico de agressões contra Patrícia e passagens pela polícia, teria simulado um sequestro na tentativa de despistar as autoridades.
Durante a audiência, Tancredo confessou o crime, embora tenha negado qualquer envolvimento com outros casos de violência. Ele se emocionou ao ser questionado sobre arrependimento, mas preferiu não se pronunciar.
O caso está sendo tratado em segredo de justiça, e detalhes adicionais não foram divulgados pelo Tribunal de Justiça da Bahia.
O relacionamento conturbado do casal já era conhecido pelas autoridades, que inclusive registraram um episódio em maio deste ano, quando Patrícia teve um dedo quebrado durante uma agressão e solicitou uma medida protetiva contra Tancredo. Agora, a polícia continua as investigações para esclarecer completamente as circunstâncias desse trágico feminicídio.