Continuam as polêmicas em torno do julgamento do ex-presidente Lula em segundo instância. Ministros, agentes políticos, sindicalistas e imprensa especializada cansaram de debater o case “Lula – Duplex em Guarujá” via redes sociais. “Tenho a impressão que a Justiça vai agir com imparcialidade no caso do Lula. É importante que a Justiça marque logo para janeiro do ano que vem”, explicou em entrevista ao Canal Livre o ministro do Supremo, Gilmar Mendes.
Logo depois de divulgada a data, militantes e agentes políticos ligados ao PT, apontaram suas armas contra o TRF 4 de Porto Alegre. O senador Lindbergh Farias foi um dos mais críticos. Via Twitter, o petista reclamou da rapidez da Justiça. “É impressionante o tratamento que o TRF tem dado ao presidente Lula”, disse. Já Érika Kokay firmou, também via twitter, nunca ter visto “a Justiça atuar com tamanha celeridade num processo”.
Opiniões, debates e argumentos petistas bateram de frente com a divulgação, por parte de desembargadores, juristas e outros sobre a falta de conhecimento do sistema judiciário. Segundo o estatuto do Idoso, no seu artigo 71, assegura “prioridade na tramitação dos processos judiciais em que figure réu com idade igual ou superior a 60 (sessenta anos), em qualquer instância”. Lula, de 72 anos, tem prioridade absoluta.
Sabendo que reclamar da celeridade da Justiça beira o ridículo, o “mito petista” decidiu mudar o discurso do seu grupo e passou a reclamar sobre uma suposta falta de isonomia no Judiciário. “Quero saber qual é o crime?”, disse Lula em evento na sede do Instituto que leva seu nome. Dias depois, durante o palanque no Rio de Janeiro, o ex-presidente defendeu a soltura de políticos corruptos como Sérgio Cabral, seu parceiro no Rio de Janeiro hoje preso. Roubar dinheiro público não é nada segundo a leitura do discurso do Lula no Rio. “O Rio de Janeiro não merece que governadores que governaram este Estado que foram eleitos democraticamente pelo povo estejam presos porque roubaram do povo brasileiro e roubaram o dinheiro público. Eu nem sei se é verdade”, frisou.
Enquanto Lula discursava, os militantes protestavam e senadores mostravam total falta de conhecimento das leis, o ex-ministro do Lula, José Dirceu, convocou a militância a marchar rumo a Porto Alegre para lutar contra a Justiça, fomentando assim o discurso de ódio e divisão da sociedade civil organizada.