Cezar Leite: “A reforma política não passa só pela lista fechada, mas por uma série de alterações”

Crédito: Mathias Jaimes/TV Servidor

Sobre a discussão em torno da reforma política, o vereador Cezar leite (PSDB) defende uma proposta de voto facultativo, contra o fundo partidário, o financiamento público de campanha, a lista fechada e a favor do fim das coligações proporcionais.

“Eu vim de um movimento democrático e tenho um pensamento alicerçado do que desejo enquanto reforma política. A reforma política que eu penso e que a sociedade civil, em tese, a maioria e os movimentos de rua pensam é voto facultativo e acabar com o fundo partidário”, disse Leite.

Fundo Partidário

O vereador declara-se contrário ao fundo partidário. “O próprio partido tem condições de se manter, basta ele pegar uma verba, definir um valor dos mandatos de cada vereador, deputado federal, deputado estadual, senador, governador que participem disso para manter o partido”, disse.

“Uma coisa importante que eu saliento é que o fundo partidário centraliza todo o poder em Brasília. Dos 100% do valor do fundo partidário, 95% fica de acordo proporcional ao número de deputados federais e 5% é rateado por todos os partidos de forma igual. E o vereador, qual o valor que tem um vereador, um deputado estadual, qual o valor que tem um político que está junto com a comunidade? Nenhum? O partido só é fortalecido se tiver deputado federal? Isso é uma distorção. Cade o pacto federativo, pois a gente quer centralização do poder. Brasília hoje tem muito poder e dita todas as regras da política nacional. Aqueles políticos que está lá no interior da Bahia que está cuidando do seu munícipe não tem valor? Só tem valor quando é a eleição de deputado federal? Nós acreditamos que o fortalecimento do partido passa pelos seus políticos regionais”, pensa.

Financiamento público de campanha

“Somos contra o financiamento público de campanha porque se for notar era R$ 280 milhões o fundo de participação e passou para R$ 800 milhões e agora vai passar de R$ 4 bilhões de dinheiro público para ser investido em partidos políticos. Isso não acaba com a corrupção”, disse.

Lista fechada

“Em relação a lista fechada, é um outro absurdo. A lista fechada não promove a renovação. Uma pessoa como eu nunca seria eleito, nunca, porque o partido escolhe. Nós estamos falando de democracia, mas estamos voltando antes de 1985. Em 1985, foi a luta das Diretas Já em que o povo lutou pelos direitos de votar no seu candidato que pertencia a um partido, porque sem partido não tem democracia. Mas, hoje querem o retrocesso, ou seja, voltar com a eleição indireta em que vota-se no partido e o partido escolhe o candidato. Alguns falam que vai ser uma eleição interna com uma escolha pelos filiados do partido, mas nós sabemos que menos de 10% da população é filiada a partido e muitas das vezes existem tendências dentro do partido. A gente acaba não discutindo uma coisa importante que é a ditadura intrapartidária. Existem partidos que tem presidência há mais de 15 anos. Nao se fala em democracia dentro dos partidos. Como é que o partido vai se fortalecer? O partido não se fortalece dessa forma, pelo contrário, vai se prejudicar, porque a sociedade civil já acordou pra isso. O partido só se fortalece quando está ao lado da sociedade civil promovendo melhoria da saúde, melhoria da educação, sem corrupção, transparência, governança, é assim que um partido vai se fortalecer. Quando o partido pegar a sua ideologia que se pretende ter no partido e mostrar para a sociedade para ela entender que o partido te representa e não forçar que a sociedade vote em um determinado partido. Nós somos veementemente contra a lista fechada”, afirma.

Voto distrital misto

“Entendo que o voto distrital misto seria uma boa solução, inclusive, transitória em que se coloca metade das vagas de forma majoritária e outra metade proporcional de forma que se garanta a representatividade das minorias não só da questão demográfica os distritos, mas também da questão das minorias que precisam ser defendidas. Acho que o voto distrital misto é onde devemos chegar”, disse.

Coligações proporcionais

“O fim das coligações partidárias é outro absurdo. Hoje, já se pretende fazer federações dizendo que pode unir os partidos em federações, o que não seria uma coligação, mas seriam as federações para ver se eles conseguem se difundir. A coligação é outra situação muito ruim para o país, porque se mantém partidos pequenos negociando, e a gente não quer isso. A gente quer sim partidos fortes, mas em menor número que tenha uma certa linha ideológica, que a sociedade possa reconhecer e se identificar naquele partido. Essa é a grande mudança. Claro que a reforma política não passa só pela lista fechada, mas passa por uma série de alterações”, disse.

A figura do vice

“Querem acabar com a figura do vice-presidente, vice-governador, vice-prefeito, que eu não sei se propuseram isso por conta do impeachment, porque é outra situação que eu não vejo a razão. Todo mundo tem vice-presidente, vice-governador, em todo lugar do mundo tem e porque aqui a gente tem que mudar? Não sei. Existem uma série de critérios que não esses que querem adotar. Eu acho que esses pontos são os que eu penso que é fundamental do que seria a reforma política”, finaliza Cezar Leite.

Rafael Santana

Sobre Emmanuel

Como me defino? Pernambucano, católico e ANCAP. Sem mais delongas... " Totus Tuus Mariae". "... São os jovens deste século, que na aurora do novo milénio, vivem ainda os tormentos derivados do pecado, do ódio, da violência, do terrorismo e da guerra..." Um adendo: somos dois pernambucanos contra um "não-pernambucano". Rs

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